Os indicadores do mercado de trabalho hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma trajetória robusta de crescimento do emprego e de melhoria da sua qualidade ao longo da presente legislatura.
Com efeito, no 2.º trimestre de 2019, o emprego alcançou, em termos globais, o valor mais alto desde o início de 2010, chegando às 4 916,7 mil pessoas, o que representa um acréscimo de 355,2 mil empregos relativamente ao último trimestre de 2015, altura em que o Governo iniciou funções.
Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego baixou de 12,2% no último trimestre de 2015 para 6,3% no 2.º trimestre de 2019, com o número de desempregados a recuar para os 328,5 mil, o patamar mais baixo em quase 17 anos e que traduz uma redução de 305,4 mil pessoas em situação de desemprego face ao final de 2015. Já a taxa de desemprego jovem desceu de 32,8% para 18,1%, no correspondente a menos 25,1 mil desempregados jovens, e a taxa de desemprego de longa duração desceu de 7,6% para 3,3%, representando menos 220,3 mil desempregados de longa duração.
A qualidade do emprego melhorou de forma significativa ao longo da legislatura, com o número de trabalhadores com contratos sem termo a crescer 11,1% (mais 321,9 mil), num contexto em que o número de trabalhadores com contratos de trabalho a termo e outros vínculos temporários cresceu apenas 3,4% (mais 28,5 mil), o que significa que 92% do crescimento líquido do emprego neste período é explicado pelo aumento do número de trabalhadores com contratos permanentes.
A melhoria da qualidade do emprego é visível também no plano das remunerações, sendo que o rendimento médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem cresceu 9,2% face ao final de 2015, alcançando o valor mais elevado da série estatística (911€/mês), e o número de trabalhadores com rendimentos superiores a 1.200 euros cresceu 25,3% (mais 154,4 mil).
É ainda significativo que o emprego tenha crescido fundamentalmente nos níveis de qualificação iguais ou superiores ao ensino secundário, que representam hoje mais de 56% do emprego total em Portugal, com um aumento agregado de 20,1% e que chegou aos 20,7% no nível superior de ensino.
Neste contexto, em que o crescimento do emprego superou amplamente a redução do desemprego, a força de trabalho portuguesa expandiu-se em 49,7 mil ativos, sendo ainda de sublinhar o decréscimo da chamada taxa de subutilização do trabalho, que passou de 21,0% no 4.º trimestre de 2015 para 12,4% no 2.º trimestre deste ano, sendo que para esta diminuição contribuiu, além da descida do desemprego, a diminuição do número de inativos desencorajados (menos 27,1 mil) e do subemprego a tempo parcial (menos 32,2 mil).