Mais do que nunca, o diálogo social e o tripartismo, que está no coração da agenda da OIT para o trabalho digno, desempenha um papel essencial para traduzir desenvolvimento económico em progresso social, para alcançar consensos alargados sobre políticas nacionais e internacionais e para promover a regulação laboral eficiente em cada país, setor e empresa.
Mais do que resistir à mudança, importará, pois, moldá-la, enquadrá-la, condicioná-la àquela que for a visão coletiva do futuro do trabalho e do trabalho do futuro.
Se é certo que as economias enfrentam hoje desafios globais de enorme complexidade, também é verdade que a inovação e as qualificações constituem os principais trunfos para a sua superação, potenciando as oportunidades de criação de emprego mais qualificado, mais estável, mais motivador, como sucedeu aliás em todos os grandes momentos de transição de paradigma económico.
A revolução tecnológica e digital está a redesenhar os mercados de trabalho: a natureza do trabalho, a forma de trabalho, o local de trabalho, a organização do tempo de trabalho, exigindo uma alteração das competências profissionais dos trabalhadores e uma nova capacidade para inovar.
E porque estes desafios não são apenas locais ou nacionais, impõe-se a necessidade de governação à escala internacional.
Neste âmbito, é incontornável a referência ao Relatório "Trabalhar para um Futuro Melhor" da Comissão Mundial Sobre o Futuro do Trabalho, lançado por ocasião do 100.º Aniversário da OIT.
Este relatório é um documento disruptivo e responsável. Disruptivo, porque não se limita a identificar os riscos, procurando encontrar respostas para os desafios do futuro. Responsável, porque aponta uma agenda ambiciosa de compromissos de responsabilidade tripartida.
Ao enfatizar o conceito do trabalho digno, a OIT coloca as pessoas no centro da agenda.
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