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O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que Portugal tem «verdadeiramente um problema demográfico», na apresentação do relatório da emigração de 2015, que foi entregue à Assembleia da República.
O Ministro apontou o saldo natural negativo (mais pessoas a morrer do que pessoas a nascer anualmente) e o saldo migratório negativo (mais pessoas a sair do que a entrar), acrescentando que o problema demográfico é «um dos problemas estruturais da sociedade» portuguesa, ao qual o País deve «prestar toda a atenção».
Portugal teve «dois sinais de alarme» na primeira metade da atual década: por um lado, «a súbita explosão da emigração portuguesa para valores que historicamente só tinham comparação com os anteriores ao 25 de Abril» e, por outro, «a queda abrupta de imigração».
Emigração
Referindo-se às migrações (emigração e imigração), Santos Silva afirmou que «é fácil notar o efeito específico da crise desde 2008 e, depois, com particular expressão, com o programa de ajustamento entre 2011 e 2014, no reforço da saída de emigrantes portugueses». O relatório aponta que 110 mil portugueses saíram do País em 2015, quando a emigração em 2013 tinha sido de 120 mil pessoas.
«É relativamente simples colocar a hipótese de haver uma relação causal que leva a que os efeitos de recessão económica e redução do mercado de emprego a que assistimos em Portugal entre 2010 e 2014 tenham produzido o efeito de aumento da emigração portuguesa», disse.
«Desde 2014, assistimos a dados que reforçam a ideia que o pico [de 2013] não mais foi atingido e que a emigração portuguesa terá pelo menos estabilizado, e pode já ter iniciado uma trajetória de redução», acrescentou.
O Ministro sublinhou que se deverá «olhar com muito cuidado» para os números da emigração de 2016, ano em que Portugal tem «consistentemente aumento da população ativa, aumento do volume de emprego e redução da taxa de desemprego».
Foto: Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na apresentação do relatório sobre emigração, Lisboa, 29 dezembro 2016 (Foto: António Cotrim/Lusa)
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