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2017-01-23 às 13h33

Portugal tem de assumir um modelo de desenvolvimento assente na inovação

Primeiro-Ministro, António Costa, visita as instalações da Bial, Porto, 23 janeiro 2017 (Foto: Estela Silva/Lusa)

«Este investimento da Bial é particularmente relevante do modelo que o País tem definitivamente de assumir, que é o desenvolvimento assente da inovação», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa.

Estas declarações foram feitas no Porto, após presidir à assinatura de um contrato de investimento entre a empresa farmacêutica e o Estado, no âmbito da agenda Mais Crescimento. O contrato tem o valor total de 37,4 milhões e destina-se à investigação científica nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular.

«Esta história demonstra bem como a mudança de paradigma na indústria farmacêutica é essencial para que tenha o sucesso que hoje tem», sublinhou o Primeiro-Ministro.

António Costa lembrou que, «durante décadas, a indústria assentou não na investigação, não na produção de conhecimento, não na inovação, não na criação de patentes, mas na contrafação de patentes. Foi uma ilusão de que assim se construía futuro, felizmente esse paradigma foi abandonado e hoje segue-se outro paradigma».

Investir na investigação e no conhecimento

«Uma das empresas que vingou e que tem sucesso é a Bial, que investe na investigação, na inovação e na capacidade de transformar o conhecimento em valor económico», referiu ainda o Primeiro-Ministro.

António Costa disse também: «Claro que, para isso, é preciso ter visão no futuro e confiança na capacidade de construir esse futuro. Investigar na indústria farmacêutica significa muitas vezes apostas em ciclos de investigação de 15 a 20 anos».

«Muitos desses ciclos de investigação não têm o sucesso de chegarem alguma vez ao mercado ou chegando ao mercado muitas vezes não têm sucesso comercial. É, por isso, um exercício de elevado risco, mas é o único caminho que faz sentido», realçou.

Aposta no médio e longo prazo

O Primeiro-Ministro disse que «os contratos hoje assinados para começar a investigar novas moléculas significam uma aposta por parte da empresa e por parte do Estado no médio e no longo prazo».

«Não estamos aqui a investir para que as estatísticas de exportações de 2017 registem um aumento, estamos aqui a investir para que daqui a 15 a 20 anos possamos ter um novo produto, que aumente a capacidade de produzir e de exportar», afirmou António Costa.

O Primeiro-Ministro referiu que este «é, por isso, um investimento de médio e longo prazo, onde é absolutamente essencial o alinhamento das políticas públicas e aquilo que é o investimento privado».

«As políticas públicas para a inovação têm de estar todas alinhadas e tem de começar muito cedo. Do pré-escolar à internacionalização é um contínuo de políticas públicas prosseguidas com coerência, para que possam produzir os resultados necessários», acrescentou.

Mudança de paradigma económico

«É assim que, ano após ano, mudamos de paradigma e passamos a ter uma economia que seja competitiva com base em empresas produtivas para que possamos, sustentadamente, fazer crescer a nossa economia e, por essa via, ajudar a consolidar as nossas finanças públicas», disse António Costa.

O Primeiro-Ministro realçou que «é essencial podermos ter estabilidade nestas políticas», pois «não é por atalhos, tal como não foi na contrafação, que a indústria teve sucesso. Não é no baixo salário que a economia tem sucesso é, pelo contrário, tendo uma sociedade decente onde apostamos nos fatores fundamentais e que sintetizámos no nosso Programa Nacional de Reformas».

«Investir nas qualificações, na inovação, na modernização do Estado, na capitalização das empresas - para que sejam mais sólidas - e na capacidade de reduzirmos a desigualdade e a pobreza no País» são os pilares do Programa Nacional de Reformas, lembrou António Costa.

E concluiu: «Se assim fizermos teremos, como é o caso da Bial, muitos casos de sucesso, gerando mais crescimento, melhor emprego e seguramente uma sociedade mais justa».

 

Foto: Primeiro-Ministro, António Costa, visita as instalações da Bial, Porto, 23 janeiro 2017 (Foto: Estela Silva/Lusa)