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2017-02-16 às 15h41

Ministro da Defesa congratula-se com o impacto das reuniões do flanco Sul na agenda da NATO

Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, após a reunião do Conselho do Atlântico Norte, Bruxelas, 16 fevereiro 2017

«A questão do flanco Sul entrou definitivamente na agenda da NATO», afirmou o Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, em declarações aos jornalistas, no final da reunião de dois dias do Conselho do Atlântico Norte, em Bruxelas, na qual participaram os Ministros da Defesa dos 28 países aliados da NATO.

Sublinhando a orientação estratégica das reuniões do quarteto do Sul, o Ministro referiu o impacto da última, que teve lugar dia 6 de fevereiro, no Porto: «O objetivo que prosseguimos com a carta conjunta foi plenamente alcançado, pois teve uma relevância prática na condução dos trabalhos e no condicionamento da sua orientação».

«O Quarteto conseguiu que fosse colocada, no tempo certo, a questão do flanco sul, ao ponto disso hoje ser absolutamente evidente, algo que há pouco mais de um ano era dificilmente antecipável», disse ainda José Alberto Azeredo Lopes.

O Ministro acrescentou que, para Portugal, «essas medidas deverão ser ainda mais desenvolvidas, considerando que o reequilíbrio está agora a ser conseguido, mas a Organização tem que ser capaz de se adaptar a ameaças e a desafios que sejam um pouco menos clássicos, como os que encontramos no flanco Leste».

Investimento de qualidade

«A Europa tem de aumentar o seu esforço para poder responder de forma mais adequada aos desafios que nos dizem diretamente respeito, e relativamente aos quais não temos o direito de esperar que outros assumam a responsabilidade – sobretudo, num momento crítico da nossa vida coletiva», afirmou ainda o Ministro. Atualmente, Portugal investe cerca de 1,4% do seu PIB na Defesa.

José Alberto Azeredo Lopes sublinhou que «é importante, não só analisar quanto se investe, mas como se investe» porque «hoje, existe uma melhor utilização das verbas alocadas à Defesa».

«Portugal, dentro da NATO, União Europeia e de outras organizações como a ONU, participa em mais de 15 missões militares fora do País. Se considerarmos a dimensão do País, é algo muito relevante», disse também.

O Ministro referiu ainda que «a participação de Portugal na República Centro-Africana tem um impacto mais importante e relevante na construção da paz e na defesa dos nossos interesses do que, porventura, despesas - também elas necessárias, mas com um efeito de vantagem muito menor».

«É, pois, forçoso destacar que Portugal - mesmo perante uma supervisão externa em termos financeiros - não esmoreceu perante países francamente mais desafogados, e que estão ainda abaixo do objetivo dos 2%» de investimento neste setor, acrescentou.

Política de Defesa europeia para melhor NATO

«O reforço da União Europeia, no âmbito da Defesa, traduz-se necessariamente no reforço da NATO», afirmou o Ministro, num momento em que a Aliança começa a implementar as medidas acordadas na Cimeira de Varsóvia sobre a cooperação NATO-UE.

José Alberto Azeredo Lopes sublinhou que, «onde houver uma política de defesa europeia, há melhor NATO», porque «o robustecimento da política europeia de Defesa pode enfrentar situações e desafios para que a NATO não está vocacionada para responder».

«São os casos das missões que a União Europeia tem vindo a desenvolver no Mali e na República Centro-Africana, que dão um contributo fundamental na capacitação destes países na formação das suas Forças Armadas e no seu desenvolvimento e estabilização, algo que a NATO não pode assegurar», exemplificou.

Na reunião do Conselho do Atlântico-Norte, os Ministros da Defesa acordaram na criação de um hub para o Sul, no qual cerca de 100 pessoas vão reunir informação sobre o potencial das ameaças provenientes do Médio Oriente e do Norte de África.

Os 28 países aliados aprovaram um plano para a ciberdefesa e um plano para implementar o ciberespaço como domínio operacional.

Os Ministros da Defesa decidiram ainda aumentar a presença naval no mar Negro para reconhecimento, treino e exercícios.

Foram também abordados os investimentos ao nível deste setor, os quatro batalhões multinacionais, e a melhor forma de combater as ameaças híbridas e ataques cibernéticos.

 

Foto: Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, após a reunião do Conselho do Atlântico Norte, Bruxelas, 16 fevereiro 2017