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A Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, afirmou que o objetivo do alargamento da idade mínima de acesso de pessoas com deficiência aos serviços de assistência pessoal, dos 18 para os 16 anos, destina-se a «abranger pessoas com deficiência que estejam a terminar a escolaridade obrigatória e no processo de transição para a vida ativa».
A assistência pessoal é um serviço através do qual é dado apoio à pessoa com deficiência, desde higiene, alimentação, deslocações, apoio na formação profissional ou mediação na comunicação, dirigindo-se a pessoas com deficiência de caráter permanente atestada com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
«Há, todavia, de ter em consideração a escolaridade obrigatória, não devendo existir sobreposição com as atividades escolares», sublinha o relatório que resultou da audição pública sobre o Modelo de Apoio à Vida Independente.
A consulta pública do Modelo decorreu entre os dias 3 de fevereiro e 27 de março e aplicar-se-á aos projetos-piloto Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI), cuja duração são três anos, ou seja, entre 2017 e 2020.
«O tipo de apoio prestado será decidido entre o beneficiário e o assistente pessoal, e não pelo CAVI», disse a Secretária de Estado.
Alargamento das horas de apoio
Outra alteração que resultou da consulta pública relaciona-se com o alargamento de número de horas de apoio que cada beneficiário pode requerer, em função das suas necessidades específicas, que se circunscreviam a um mínimo de uma hora e a um máximo de 40 horas semanais.
«Há casos, como pessoas tetraplégicas ou com deficiência mental profunda, que podem necessitar de mais horas de apoio», sublinhou Ana Sofia Antunes.
Para atender a estas necessidades, «os CAVI poderão apoiar 10% do total dos seus beneficiários, não havendo limite de horas para estas situações», acrescentou a Secretária de Estado.
Ana Sofia Antunes referiu ainda que «haverá revisões ao nível das equipas técnicas, cabendo aos CAVI escolher as áreas de formação dos técnicos que irão compor a equipa».
Combate ao desemprego
A Secretária de Estado disse também que «haverá uma bonificação para os CAVI que se candidatem e tenham na direção da associação e na equipa técnica pessoas com deficiência e familiares, de forma a promover a autodeterminação das pessoas com deficiência e combater o desemprego».
Referindo que o modelo tem limites financeiros, Ana Sofia Antunes afirmou que «o orçamento com fundos comunitários é de 15 milhões de euros, mas este valor poderá ser reforçado no decorrer do processo».
«O que se pretende é criar regulamentação para a vida independente, pelo que - durante três anos - vamos perceber quais as vantagens e lacunas do modelo proposto e o universo dos potenciais beneficiários, para poder abranger mais pessoas», disse a Secretária de Estado.
E acrescentou: «Ao fim de dois anos, será feita uma avaliação intermédia e, ao fim dos três anos, vamos ver o que correu bem e o que pode ser melhorado».
Durante a consulta pública foram recebidos 31 contributos de entidades representativas de pessoas com deficiência ou incapacidade e 45 participações individuais de cidadãos. Foram ainda realizadas 19 reuniões presenciais com organizações e promovidas três sessões públicas de esclarecimento, que contaram com mais de 500 participantes.
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