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«Com a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo conseguimos um ganho nacional, que é também um sinal de confiança na nossa economia, fundamental para que o investimento externo continue a aumentar no País», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, no debate quinzenal, na Assembleia da República.
Em resposta a perguntas dos deputados, o Primeiro-Ministro sublinhou que «é evidente que a questão da confiança foi, é, e continuará a ser sempre decisiva».
«E a chave desta confiança foi a reposição dos rendimentos das famílias, a par de uma estratégia consistente para o crescimento da economia no futuro», sem por em causa a consolidação sustentável das contas públicas, acrescentou António Costa.
Reformas necessárias
«Esta tem de ser a última vez que saímos de um procedimento por défice excessivo», afirmou ainda o Primeiro-Ministro, lembrando que «já ontem tive oportunidade de dizer isso».
António Costa disse que «é preciso reduzir o défice através das políticas adequadas, e para isso há que identificar onde reside a origem da crise» em Portugal.
«Nos últimos 17 anos, o País teve um crescimento fraco ou inexistente porque a nossa economia teve dificuldade em se adaptar à adesão ao euro, à revolução tecnológica e à globalização», pelo que «o défice e a dívida não são as causas da crise, mas as suas consequências», referiu o Primeiro-Ministro.
António Costa sublinhou que «as reformas necessárias são aquelas que respondem aos bloqueios estruturais da nossa economia, equivalentes aos seis pilares do Programa Nacional de Reformas, que traduz uma visão estratégica para a próxima década».
Os seis pilares do Programa Nacional de Reformas são: qualificar os portugueses, promover a inovação na economia, valorizar o território, modernizar o Estado, capitalizar as empresas e reforçar a coesão e a igualdade social.
Aposta nas qualificações e na formação
«Com uma política diferente da de austeridade, assente no investimento nas qualificações e na formação, alavancaremos um crescimento económico e criaremos emprego de forma sustentável e estrutural», afirmou também.
António Costa realçou que «o resultado alcançado com a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo é mérito dos portugueses, porque foram as famílias que provaram que era possível cumprir a Constituição e aumentar os rendimentos, atraindo investimento e consolidando as contas públicas».
«Com a política com que o Governo se comprometeu para com os portugueses, conseguimos uma taxa de crescimento que inverte a tendência decrescente verificada até 2015», acrescentou o Primeiro-Ministro, lembrando que – desde então - «criámos 120 mil postos de trabalho e aumentámos, quer o investimento privado, quer as exportações».
Crescimento económico com contas públicas consolidadas
«O caminho que dá ao País uma sustentabilidade duradoura é uma boa gestão orçamental acompanhada de um crescimento da economia», disse António Costa, congratulando-se com o aumento das exportações e da quota de mercado de Portugal.
O Primeiro-Ministro referiu que «a importação de máquinas subiu, o que significa que as empresas estão a investir para aumentar a sua capacidade produtiva».
«Atualmente, exportamos mais bens do que serviços (17% e 8%, respetivamente), pelo que não é só o turismo o responsável pelo crescimento, apesar de esta atividade ter inovado muito», acrescentou, exemplificando com o turismo urbano (em Lisboa e no Porto) e com o turismo rural (no Douro), que «registaram um forte crescimento», para além do sol e praia.
E concluiu: «Isto significa que temos de prosseguir com aquilo que é fundamental, ou seja, concentrarmo-nos com persistência na resolução dos nossos problemas estruturais, executando o Programa Nacional de Reformas».
Foto: Primeiro-Ministro António Costa no debate quinzenal, Assembleia da República, 23 maio 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)
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