«Hoje, a NATO não pode ser encarada como autossuficiente do ponto de vista global, para a resolução de todas as questões que contendam com a segurança e com a defesa», afirmou o Ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, na abertura da Conferência sobre o Flanco Sul, na Assembleia da República.
O Ministro disse que a Aliança Atlântica vai desempenhar um papel fundamental nesta região «onde o peacekeeping é quase sempre ignorado».
Relembrando que a NATO segue os mais elevados padrões operacionais e de empenhamento de forças, Azeredo Lopes perguntou se «não terá chegado a altura da Aliança Atlântica falar com as Nações Unidas, para qualificar o peacekeeping e envolver-se através de mecanismos que podem dar uma contribuição extraordinária para a paz e segurança internacionais?»
O Ministro da Defesa referiu ainda o contributo de Portugal nas missões da ONU e o mérito das forças nacionais destacadas nestas missões, que «resulta da capacitação, de uma cultura de exigência operacional que vem beber à NATO».
Azeredo Lopes acrescentou que «a Aliança Atlântica continua a ser o nosso património e um desafio comum».
O Presidente da Assembleia da República, por sua vez, destacou a relação do País com a Aliança Atlântica, destacando a importância das unidades que funcionam atualmente em Portugal, como o Centro de Análise de Operações, sedeado em Monsanto, e a futura Academia de Informações e Comunicações, em Oeiras, bem como a participação portuguesa em missões e operações internacionais.
Ferro Rodrigues referiu também a «centralidade de Portugal no Atlântico», através da implementação do Centro para a Defesa do Atlântico, na ilha Terceira, Açores, que «se pretende que venha a constituir-se como centro de excelência e plataforma de segurança cooperativa».
O Flanco Sul da NATO é o conjunto de países do sul da Europa (Portugal, Espanha, França e Itália) mais expostos às ameaças vindas de sul e sueste e mais empenhados na sua contenção.