A Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Teresa Ribeiro, afirmou que a África será «prioridade da presidência portuguesa da União Europeia, em 2021, no primeiro semestre», na apresentação do estudo «Dinâmicas do Desenvolvimento em África - Crescimento, Emprego e Desigualdade 2018», na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa.
«Aproveitamos, com certeza, este entusiasmo a que agora, na Europa, se assiste relativamente a África, mas é preciso que trabalhemos, que sejamos capazes de capitalizar esse mesmo interesse e chamar a atenção mais uma vez para a necessidade de maior aproximação entre os dois continentes», acrescentou.
Referindo a proximidade geográfica e o relacionamento histórico entre Europa e África, a Secretária de Estado acrescentou que «é preciso dar-lhe a necessária materialidade para que este continente possa conhecer a realização de todo o seu potencial».
Teresa Ribeiro destacou a importância do investimento privado em África, afirmando a necessidade de mobilizar outros parceiros e instituir «uma rede complexa, convergente, que seja capaz, a todos os níveis, de contribuir para este esforço que África quer fazer, para benefício de todos aqueles que são os seus habitantes».
«Se queremos hoje realizar aquela que é a visão aspiracional consagrada na Agenda 2030, temos de mobilizar outros parceiros» Além dos Estados, e da ajuda pública «precisamos de outros atores: o setor privado, a filantropia, a academia, etc...».
A Secretária de Estado disse que África «foi, é e continuará a ser de uma grande importância na política externa portuguesa», tendo Portugal desenvolvido, na área da cooperação para o desenvolvimento, «um esforço enorme para de alguma forma convocar, mobilizar todos os instrumentos que são pertinentes na sua relação com África».
«Para isso, com o Banco Africano de Desenvolvimento, criámos o Compacto Lusófono visando promover o investimento privado», disse, referindo-se ao contributo do governo português concretizado, por exemplo, na previsão de 400 milhões de euros garantias para a operacionalização daquele instrumento financeiro.
O estudo «Dinâmicas do Desenvolvimento em África - Crescimento, Emprego e Desigualdade 2018», que foi elaborado pela primeira vez, aborda as relações entre crescimento, emprego e desigualdades em África e as implicações nos quadros estratégicos.
O estudo, feito pelo Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, da OCDE, recomenda o investimento para fortalecer os setores privados internos, a diversificação da produção e das exportações, o reforço da governação económica e política e a melhoria de sistemas de proteção social.