A Ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que Governo pretende alargar a hospitalização domiciliária a todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
«O objetivo é que todos os hospitais do SNS, cerca de 50, tenham a hospitalização domiciliária como resposta na sua carteira de serviços», afirmou a Ministra, em entrevista à agência Lusa, a propósito dos 40 anos do SNS, que se assinalam a 15 de setembro.
Hoje, há cerca de 20 hospitais com esta resposta, que permite aos doentes que estariam internados recuperar em casa de uma doença aguda, recebendo cuidados hospitalares.
«No caso dos hospitais psiquiátricos e de reabilitação, o modelo poderá ter necessidade de adaptação», acrescentou Marta Temido, lembrando que este modelo, que teve como pioneiro o hospital Garcia de Horta, em Almada, inexiste em infraestruturas de grande dimensão, como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
Alargamento de camas no domicílio
Outra medida do Governo que será também estudada é o alargamento do número de camas no domicílio em função das necessidades dos doentes, já que o projeto tem sido bem recebido pelos utentes: «Aquilo que temos ainda de uma forma empírica, e não resultado de um período de avaliação medido em inquéritos de satisfação, são reportes individuais que revelam uma enorme satisfação», disse a Ministra.
Marta Temido acrescentou que os profissionais de saúde «também mostram uma grande apetência por entrarem nestes projetos: Temos falado muito da necessidade de lhes oferecer estímulos e estas novas formas de trabalhar são um desafio à forma de relacionamento com a profissão, as equipas e os próprios doentes».
«Este modelo veio romper com o paradigma instituído há 40 anos, que assentava na criação de mais camas nos hospitais», realçou ainda a Ministra.
Inovação na Saúde
«As expectativas das pessoas mudaram, os cidadãos tornaram-se mais informados e exigentes, e isso traz uma pressão para a própria capacidade de tempo de resposta, com uma qualidade muito distinta da que existia há 40 anos», referiu Marta Temido.
Assim, as respostas são hoje de outro tipo: «O Governo quer manter as pessoas nas suas casas e que o hospital saia de portas» para ir até aos utentes, acrescentou, afirmando que «a hospitalização domiciliária é exemplo disso. É como se - em poucos meses - tivéssemos construído um pequeno hospital com cerca de 100 camas que estão espalhadas na casa de muitos portugueses».
As principais vantagens deste projeto são a redução de complicações e infeções hospitalares, além de permitir gerir melhor as camas disponíveis para o tratamento de doentes agudos no SNS.