O Primeiro-Ministro António Costa, acompanhado pelo Ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, presidiu à apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa e na entrega do primeiro autocarro a gás de 60 autocarros de energias limpas que renovarão e ampliarão a frota dos Transportes Coletivos do Barreiro.
O Primeiro-Ministro afirmou que vão ser adquiridos 709 novos autocarros elétricos e a gás para distribuir por diversos municípios, no valor global de 200 milhões de euros. «A esmagadora maioria destes autocarros não são importados, são produzidos em Portugal, em Vila Nova de Gaia, e, com isto, estamos a robustecer fortemente a indústria nacional», acrescentou.
António Costa disse que o Governo, além de baixar os preços dos transportes coletivos, está também a investir na sua melhoria, referindo o concurso aberto para compra 22 comboios para os caminhos-de-ferro regionais da CP.
O Primeiro-Ministro apontou ainda o concurso para compra de 10 navios para a Transtejo, que foi reposta a capacidade de manutenção na Soflusa e na Transtejo, para reduzir o número de navios parados devido a avarias.
Tem também «vindo a ser reposta a capacidade de reparação das oficinas do Metropolitano, o que permite, já a partir do próximo mês, o Metro de Lisboa aumentar em 5% a sua capacidade, porque retoma uma velocidade comercial de 60 quilómetros/hora, que há muitos anos não conseguia praticar, tais os cuidados que era necessário ter com a deficiência dos sistemas de travagem ou dos sistemas de sinalização da via», acrescentou.
O Metro de Lisboa está também «a investir na aquisição de novas composições, no alargamento da rede, na melhoria das condições de operação e na manutenção do transporte público».
Mobilidade ativa
O Ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, anunciou a criação de dez mil quilómetros de vias cicláveis até 2030, na apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa.
«Estamos num tempo de mudança», disse Matos Fernandes, acrescentando que uma das metas é que, até 2030, «um terço da mobilidade terrestre de passageiros seja elétrica», significando isto «hábitos que têm que ser mudados».
«Mudar significa apostar no transporte coletivo, modernizando as frotas, e o Barreiro é exemplar ao renovar a totalidade da sua frota de autocarros. Mudar significa este apoio à aquisição de 709 autocarros sustentáveis em todo o País», disse.
No caso do Barreiro, os seus transportes coletivos receberam o primeiro autocarro, devendo receber outros 59 veículos até ao final do ao, renovando e ampliando a sua frota de 39 viaturas, num investimento total de 18 milhões de euros, dos quais 15 milhões a cargo da autarquia.
O Ministro referiu que já foram entregues 138 autocarros no País, dos quais 15 elétricos e 33 a gás à Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, 80 a gás à Carris, seis elétricos aos Transportes Urbanos de Braga, três elétricos em Aveiro e um elétrico em Guimarães.
Além dos investimentos no setor rodoviário, Matos Fernandes referiu o lançamento das empreitadas, em abril, para o metro do Porto, o qual, juntamente com os outros investimentos na Transtejo, na CP, e no Metro de Lisboa, representa um total de cinco de cerca de 750 milhões de euros.
Caminhar e pedalar
Mudar significa também caminhar e pedalar, a chamada mobilidade ativa, «atividades seguras e amplamente praticadas», e que devem tornar-se «a forma mais popular para percorrer curtas distâncias potenciando sinergias com o transporte público em todo o território nacional e melhorando significativamente a qualidade de vida dos portugueses».
O Governo pretende que sejam construídos dez mil quilómetros de vias cicláveis até 2030 – atualmente apenas existem dois mil quilómetros –, o que representará um investimento de «300 milhões de euros para aumentar a quota de deslocações em bicicleta para 7,5%», disse Matos Fernandes.
Este projeto está incluído no Programa Nacional de Investimentos e, para começar a concretizá-lo, o Fundo Ambiental vai lançar um concurso no valor de oito milhões de euros, em abril, para «a construção das primeiras ciclovias por promoção municipal».
«É o tempo dos transportes coletivos, é tempo de mudança, de uma mudança significativa, inteligente, ao serviço das pessoas e também ao serviço da descarbonização do ambiente», concluiu o Ministro.