O Primeiro-Ministro António Costa afirmou a sua «especial satisfação por termos estabelecido como prioritário a definição de uma estratégia comum de desenvolvimento das regiões de fronteira», na conferência de imprensa final da 30.ª Cimeira Luso-Espanhola, que se realizou em Valladolid.
O Primeiro-Ministro disse que «se queremos maior coesão territorial, temos que desenvolver as regiões de fronteira – que estão mais despovoadas e mais envelhecidas e têm menor dinâmica económica – e que o fazer em comum».
«O facto de, depois de termos definido esta prioridade na cimeira de há um ano, termos podido agora designar o grupo de trabalho que a vai desenvolver ao longo dos próximos meses, é um excelente sinal de que é um compromisso firme que vai ser concretizado», disse ainda António Costa na conferência de imprensa conjunta com o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sanchez.
O Presidente do Governo de Espanha referiu que «na reunião bilateral que tive com o Primeiro-Ministro António Costa, abordámos questões-chave na relação bilateral como o despovoamento, especialmente nas regiões da fronteira. Neste sentido, acordámos o desenvolvimento de uma estratégia ibérica para as questões do despovoamento, de envelhecimento, e assinámos um acordo que é importante».
«Extraordinária cooperação e colaboração»
A cimeira incluiu a reunião dos dois Chefes de Governo, reuniões bilaterais entre os responsáveis dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Europeus, da Administração Interna, da Economia, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Educação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do Planeamento e Infraestruturas, do Ambiente e Transição Energética, da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e da Valorização do Interior.
Seguiu-se-lhe uma reunião plenária, a cerimónia de assinatura de sete acordos, referidos na declaração final, e a conferência de imprensa conjunta, na quando os dois Chefes de Governo destacaram «o excelente estado das relações bilaterais».
O Presidente Pedro Sanchez referiu que a «Cimeira serve para reafirmar extraordinária cooperação e colaboração», «no ano em que comemoramos os 40 anos do nosso tratado de amizade e cooperação», e o Primeiro-Ministro António Costa destacou «a visão comum sobre a Europa e o Mundo».
Acerca dos aspetos concretos da cooperação bilateral, o Primeiro-Ministro destacou o desenvolvimento das interconexões energéticas (também sublinhada pelo Presidente do Governo de Espanha), rodoviárias – nomeadamente o compromisso espanhol «de concretizar a ambicionada ligação entre Zamora e Bragança» -, e no domínio da água e da segurança.
«Um mundo comum a toda a humanidade»
Acerca da União Europeia, António Costa referiu que «partilhamos os mesmos pontos de vista sobre política migratória, sobre a necessidade de concluir a reforma da união económica e monetária, de desenvolver o pilar europeu dos direitos sociais, de concluir as negociações para o acordo com o Mercosul, e também uma visão comum sobre os programas decisivos para a inovação na Europa, do espaço e do digital».
Acerca do mundo, Portugal e Espanha afirmam «que é fundamental defender o multilateralismo, o comércio livre, a liberdade de circulação e a construção da paz – e é por isto que em conjunto participaremos no pacto global para as migrações promovido pelas Nações Unidas e que terá lugar na cimeira que se realizará em Marraquexe».
Esta visão comum marcará «a celebração conjunta do quinto centenário da viagem de circumnavegação iniciada por Fernão de Magalhães e concluída por Sebastião El Cano, porque é esta visão de um mundo comum a toda a humanidade que queremos celebrar».