O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que o combate à crise humanitária na Venezuela teve progressos positivos nos últimos meses.
O Ministro disse que «a ação humanitária é o domínio em que tem havido progressos efetivos», durante uma conferência de imprensa, na Missão Portuguesa na ONU, em Nova Iorque, no final de uma reunião entre o Grupo de Contacto Internacional (de que faz parte), a União Europeia e membros do Grupo de Lima, constituído por países americanos.
Santos Silva afirmou que estes progressos se devem à pressão da comunidade internacional: «Finalmente, o regime de Maduro reconheceu a crise humanitária que se vive na Venezuela e, finalmente, todas as partes perceberam que a intervenção humanitária que nós precisamos é aquela que segue os princípios internacionais, que é neutra, do ponto de vista político, e que é independente, que é apenas humanitária».
«Este é um dos bons resultados» dos esforços internacionais, incluindo da ONU, diante de «uma sucessão de dificuldades de toda a ordem que tem vitimado, imerecidamente, a população venezuelana».
Apoiar regresso à democracia
Na declaração final da reunião, os membros do Grupo de Contacto afirmaram que «o impacto regional da crise exige que a região e a comunidade internacional tenham um papel mais ativo no apoio ao regresso da democracia à Venezuela».
O Ministro referiu que a situação na Venezuela não permite ainda uma mediação do conflito com mais eficácia, estando ainda limitada ao apoio às forças que internamente podem ajudar a resolver o impasse político que se vive no país.
«A nosso ver – do Grupo de Contacto Internacional e da União Europeia –, ainda não estamos numa fase em que seja possível ativar uma mediação. Ainda estamos numa fase anterior, em que o objetivo possível é facilitar o processo político venezuelano», disse.
Posteriormente, «estou certo de que as Nações Unidas, através dos seus órgãos competentes, seja o secretário-geral, seja o Conselho de Segurança, intervirão na medida das suas competências assim que as condições estiverem criadas para que essa intervenção faça sentido e tenha utilidade», acrescentou.
O Grupo de Contacto voltou a pedir a libertação imediata de todos os presos políticos na Venezuela e a marcação de eleições livres e democráticas.