O Ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que está garantido o apoio financeiro para a segunda fase de reabilitação do antigo Complexo Industrial do Cachão, em Mirandela.
Durante uma visita ao local, João Pedro Matos Fernandes referiu que será tornado público, até ao final deste mês, o seu despacho do Fundo Ambiental, acrescentando que esta é «a altura ideal» para «perceber o que ainda faz falta no Cachão».
O Governo espera que o Fundo Ambiental tenha, em 2019, uma receita de 397 milhões de euros. Esta verba destina-se a apoiar diferentes projetos que apresentem a sua candidatura, onde se poderá enquadrar a reabilitação do Complexo Industrial do Cachão.
Mesmo que não seja possível financiar os trabalhos no todo, pelo menos «uma boa parte» deverá ser contemplada «nesse despacho», referiu o Ministro.
Um problema ambiental com cinco anos
O Complexo Industrial do Cachão - que já foi o maior empregador da região, com mais de mil postos de trabalho - entrou em decadência na década de 80.
Os incêndios de 2013 e 2016 deixaram cinco mil toneladas de resíduos perigosos no local e cuja retirada foi agora concluída. Os habitantes pretendem agora um apoio de 200 mil euros para remover os escombros.
Depois de cinco anos de poluição ambiental, resultantes dos resíduos queimados, o complexo passou para a tutela da Administração Central e das câmaras municipais de Mirandela e de Vila Flor.
Designado anteriormente por complexo Agro Industrial do Nordeste é, atualmente, propriedade da Sociedade Agro-Industrial do Nordeste.
«Esta era uma preocupação das autarquias, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e à qual o Estado se associou porque havia aqui um passivo ambiental. Eram cerca de cinco mil toneladas de lixo que tinham necessariamente que sair daqui, que não deixavam de ser um entrave até à própria captação de outros negócios e de outros interesses económicos para a zona do Cachão», disse o Ministro.
João Pedro Matos Fernandes referiu, porém, que se forem encontrados responsáveis diretos, os mesmos deverão ressarcir o Estado com 270 mil euros - valor já retirado do Fundo Ambiental - e as autarquias locais, pelas despesas que já tiveram na adjudicação de diversos trabalhos.
Atualmente, estão ali instaladas algumas empresas nas áreas das lãs, castanha, azeite, um laboratório de análises, que empregam cerca de uma centena de pessoas, a maior parte das quais no matadouro regional, que foi encerrada antes do Natal pela ASAE.
O matadouro é o maior da região e está a ser sujeito a obras ao nível de pinturas e substituições de pavimentos.