Igualdade de género e alterações climáticas assumem relevância no diálogo entre países do Mediterrâneo

A Secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Santos Pinto, afirmou que as políticas de igualdade de género e de combate às alterações climáticas assumem hoje uma grande relevância na cooperação para o fortalecimento dos países do Mediterrâneo.

Numa declaração à agência de notícias Lusa, a partir de Malta, onde participou na quarta edição do IV Fórum Med Think 5+5, organizado pelo Instituto Europeu para o Mediterrâneo e a União para o Mediterrâneo, Ana Santos Pinto referiu a necessidade de «articular as matérias de desenvolvimento com as matérias de segurança e defesa».

Nesta região, caracterizada por grandes fluxos migratórios «está também a dimensão das alterações climáticas, desde logo porque existem uma série de áreas de terra arável que deixam de existir em particular na região do Sahel» em consequência das alterações climáticas, disse a Secretária de Estado.

Ana Santos Pinto referiu que a abordagem das matérias militares numa perspetiva de defesa do ambiente tem também assumido relevância nos últimos anos e deve ser considerada nos diálogos de cooperação entre países.

O caso dos equipamentos utilizados pelas Forças Armadas, «que deixam também uma pegada do ponto de vista ecológico», e «a forma como estes recursos são aplicados deve ter também em consideração os princípios orientadores do [combate] às alterações climáticas», disse ainda.

Durante a sua intervenção na abertura do encontro, Ana Santos Pinto destacou a inclusão «da dimensão da igualdade de género» nos trabalhos, acrescentando que «é nesta lógica que a dimensão de igualdade de género assume importância» e onde «têm sido dado passos como o exemplo de Marrocos, Tunísia, Argélia, em que as mulheres já participam nas Forças Armadas e vão desenvolvendo a sua carreira militar».

A Secretária de Estado referiu ainda que, em Portugal e nos restantes países europeus, «existe um esforço para aumentar o papel das mulheres nos contingentes», e que a reunião, agora realizada em Malta, consiste também numa «troca de experiências para ver quais são os modelos mais apelativos e que favorecem a progressão das mulheres na carreira militar».

«Este é um momento particularmente importante desta organização sub-regional dos 5+5, que tem cinco países do norte de África e cinco países do sul da Europa, poderem contribuir para uma dimensão de estabilidade no Mediterrâneo», concluiu.

O Diálogo dos 5+5 é composto por cinco países a norte do Mediterrâneo (Espanha, França, Itália, Malta e Portugal) e por cinco países a sul do Mediterrâneo (Argélia, Líbia, Marrocos Mauritânia e Tunísia).