O pagamento dos impostos por débito direto e uma nova aplicação móvel para pagamentos e consulta da situação fiscal foram apresentadas pelos Ministros da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, e das Finanças, Mário Centeno, em Lisboa.
Acerca do débito direto, o Ministro das Finanças afirmou que «até agora, os contribuintes podiam proceder ao pagamento dos seus impostos através dos serviços de Finanças e das entidades colaboradoras na rede de cobranças do Estado», como o multibanco, os bancos ou os Correios.
«A partir de hoje, através do Portal das Finanças, podemos escolher os impostos aos quais pretendemos associar o débito direto, podendo ainda limitar o montante máximo e a data limite de validade», acrescentou Mário Centeno. Nesta primeira fase, «podemos escolher o IRS, o IRC, o IMI, o IUC e os planos prestacionais», referiu ainda o Ministro.
«O débito direto permitirá que os contribuintes evitem coimas e as custas associadas a processos de execução fiscal por falta de pagamento do imposto nos prazos legais», sendo particularmente relevante no caso do Imposto único de Circulação, disse também Mário Centeno.
O montante de coimas por atraso no pagamento do IUC cifrou-se em 2017 em cerca de 54 milhões de euros, um custo que os portugueses podem agora deixar de suportar.
A aplicação móvel da AT é um «novo canal de comunicação com o contribuinte» que «permite receber informação sobre o processamento dos reembolsos, bem como avisos de pagamentos de impostos», que passam a poder ser concluídos diretamente no telemóvel ou tablet.
Não incomodar os cidadãos com aquilo que a Administração pode fazer
Por outro lado, «o pagamento de impostos por débito direto acarreta uma poupança, só para as empresas, de 2,9 milhões de euros», disse ainda a Ministra, acrescentando que, «para as Administrações Públicas, estima-se ainda que a implementação desta medida permita poupar» mais de 7 mil horas de trabalho, descontando a instauração de processos contraordenacionais e executivos.
Maria Manuel Leitão Marques destacou a utilidade da tecnologia «para melhorar a nossa relação com os serviços públicos» que, por exemplo, «vai beneficiar cerca de 3,5 milhões de agregados de contribuintes que beneficiam do IRS automático», já em 2018.
A Ministra referiu ainda outras medidas «de impacto igualmente relevante, como a declaração mensal de remunerações para as finanças interativa» do Simplex 2016», ou a declaração de remunerações para a Segurança Social Interativa, «que traduz uma poupança para as empresas de cerca de 260 milhões de euros», e «mais de 420 mil horas de trabalho na Administração Pública».
Este conjunto de medidas, em que se incluem as duas apresentadas, integram-se na estratégia do Governo de simplificação da relação dos cidadãos e empresas com os serviços públicos.
Na cerimónia estiveram também presentes a Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, e o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.