"É com grande convicção que o Governo Português e a Defesa Nacional em particular se associou, mais uma vez, à Plataforma Global de Apoio Académico aos Estudantes Sírios para mobilizar as capacidades das Forças Armadas a favor dos estudantes sírios. E que extraordinário grupo de 53 jovens vocês são»,
afirmou o Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes.
No encontro com os estudantes sírios no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, o Ministro disse esperar que os jovens sejam muito felizes em Portugal e se sintam em casa, mas que também anseia «pelo dia em que o povo sírio possa viver em paz e harmonia».
«Aguardamos pelo dia em que vocês tenham a liberdade para escolher voltar e ajudar a reconstruir o vosso país alicerçado na solidariedade, no respeito mútuo, como uma sociedade livre e pacífica, na qual as pessoas possam reconhecer o seu potencial e serem disponíveis umas para as outras», referiu.
Para Azeredo Lopes, esta iniciativa reveste-se de uma característica importante: a Plataforma permite que os jovens prossigam os seus estudos superiores. Desta forma, Portugal não se limita a oferecer abrigo e a removê-los de um cenário hostil, mas dá-lhes a possibilidade de continuar o seu projeto de vida.
«Acredito que Portugal, sendo uma sociedade aberta, deve manter esta capacidade de acolher, esta capacidade de receber», afirmou, frisando que o acolhimento destes estudantes «obriga também a olhar para o outro, a compreender o outro e a demonstrar que a tradição portuguesa sempre foi essa: um povo aberto ao mundo, que andou pelo mundo e que continua a andar pelo mundo».
O grupo de estudantes, o quarto a chegar a Portugal no âmbito da ação da organização liderada e fundada em 2013 por Jorge Sampaio, vai ficar instalado na Academia Militar até 30 de junho.
O antigo Presidente da República e fundador da Plataforma Global de Apoio a Estudantes Sírios, Jorge Sampaio, destacou o sucesso dos grupos anteriores, informando que «desde os primeiros que vieram, 47 estudantes já fizeram os seus mestrados com excelentes notas».
«É uma experiência que tem resultado e que me tem enchido de felicidade», acrescentou, considerando que Portugal tem «imenso a ganhar com o acolhimento destes jovens», porque precisa não só de «migração qualificada e capacitada, como também de uma mistura de culturas sem perder as características».
«O conhecimento da diversidade é fundamental para as sociedades modernas», referiu.