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2018-11-14 às 13h36

País não pode desperdiçar milhares de desempregados com formação superior

Primeiro-Ministro António Costa discursa na assinatura da Parceria Competências Digitais +, Leiria, 14 novembro 2018 (foto: Luís Filipe Coito/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que «o País não se pode dar ao luxo de desperdiçar no desemprego 52 mil pessoas com formação superior», durante a apresentação da Parceria Competências Digitais +, em Leiria.

António Costa destacou que esta iniciativa pretende assegurar aos mais de 52 mil desempregados com formação superior a possibilidade de «qualificação e especialização digital que lhes permita melhorar significativamente as suas oportunidades de encontrarem um emprego».

«Esta iniciativa é muito importante porque responde simultaneamente a três necessidades que são absolutamente fundamentais: a necessidade de continuarmos a melhorar a competitividade da nossa economia e a produtividade das empresas, responder ao desafio da empregabilidade e reforçar a dinâmica de inovação e revitalização dos diferentes territórios», disse.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, também estiveram presentes na cerimónia.

Dimensões da Parceria Competências Digitais +

A Parceria Competências Digitais + é um programa de formação em tecnologias da informação orientado para desempregados com formação de nível superior que será concretizado através de acordos de cooperação entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional e Institutos Politécnicos de diferentes regiões, com a participação de empresas de referência na área digital. 

Numa primeira fase serão celebrados seis protocolos de cooperação entre Politécnicos e IEFP para dinamização de redes no Oeste (coordenada pelo Instituto Politécnico de Leiria), Cávado e Ave (coordenada pelo Instituto Politécnico do Cávado e Ave), Nordeste Transmontano (coordenada pelo Instituto Politécnico de Bragança), Castelo Branco (coordenada pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco), Setúbal-Palmela (coordenada pelo Instituto Politécnico de Setúbal) e Viseu (coordenada pelo Instituto Politécnico de Viseu).

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirmou que esta é uma «rede de ligação no âmbito regional para qualificar a população para os grandes desafios da era digital», referindo que «as seis redes regionais hoje impulsionadas são a clara manifestação de que o conhecimento é inclusivo na formação inicial mas também na especialização, e de que o processo de transformação do digital está relacionado com a criação de emprego».

A Parceria Competências Digitais + abrangerá até 1500 formandos – desempregados com formação superior, inscritos nos serviços de emprego, a beneficiar ou não de subsídio de desemprego – e contará com um financiamento global de 3,5 milhões de euros por parte do IEFP até final de 2019.

«A iniciativa permite o desenvolvimento de novas competências, sobretudo em aspetos de transformação digital e a reorientação de competências, e também a especialização e aprofundamento de competências», acrescentou Manuel Heitor antes do lançamento do programa. 

«É essencialmente focado nos desempregados, mas vem complementar outros programas já em curso nos Politécnicos para empregados e jovens, e por isso temos um leque diversificado de mecanismos nas chamadas Redes Regionais de Formação e Especialização Digital», acrescentou.

Crescimento acima da UE

O Primeiro-Ministro referiu também que Portugal cresceu a um ritmo superior à média europeia e da zona euro no terceiro trimestre deste ano, citando dados do Instituto Nacional de Estatística.

«Desde que aderimos ao euro, isto nunca tinha acontecido, a não ser em 2017, e está a acontecer este ano», sublinhou António Costa, que acrescentou que para o País continuar este ritmo de crescimento tem de «continuar este esforço de qualificação dos recursos humanos, que é fundamental para continuarmos a criar emprego».

Recordando que nos últimos três anos foram criados em Portugal 341 mil empregos, dos quais 89% «sem termo, ou seja, sem precariedade e com estabilidade», referiu também que o nível dos vencimentos «em termos médios, melhorou 3,5%, o que significa que felizmente estamos não só a criar mais emprego, como melhor, com mais qualidade e melhor remunerado».

Ao longo deste ano, 144 mil portugueses «passaram a ganhar mais do que os 600 euros de salário mínimo que estamos a negociar para o próximo ano», disse ainda o Primeiro-Ministro.