O Primeiro-Ministro António Costa visita oficialmente a Tunísia durante dois dias para a realização da 4.ª Cimeira Luso-Tunisina, na qual Portugal pretende reforçar uma parceria estratégica política e económica com este país do norte de África.
O Primeiro-Ministro é acompanhado pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelos presidentes da Agência para o Investimento e Comércio Externo Português (AICEP), Luís Castro Henriques, do Instituto Camões, Luís Faro Ramos.
António Costa é recebido pelo Presidente da Assembleia dos Representantes do Povo, Mohamed Enaceur, e reúne-se com o Primeiro-Ministro, Youssef Chahed, seguindo-se uma reunião plenária das duas delegações, no final da será feita uma declaração e serão assinados acordos nos domínios da proteção civil, formação profissional e emprego, transportes, ensino superior e investigação científica.
No dia 21, o Primeiro-Ministro é recebido pelo Presidente da República da Tunísia, Béji Caïd Essebsi.
Fora do programa da Cimeira, o Primeiro-Ministro encontra-se com estudantes e professores de português no Liceu Sadiki, na tarde do dia 20, e intervém no encerramento de um seminário da União Tunisina da Indústria, Comércio e Artesanato, onde será recebido pelo Ministro do Desenvolvimento, Investimento e Cooperação Internacional, Zied Laadhari.
Parceria estratégica
O Governo pretende que esta cimeira crie uma nova dinâmica no relacionamento bilateral, uma vez que Portugal vê a Tunísia como um parceiro estratégico.
Portugal pretende expressar o seu apoio à transição democrática na Tunísia e aprofundar as relações nos planos político, da segurança (a Tunísia esteve em estado de emergência devido a ameaças terroristas durante parte do ano), da economia e da cultura.
Pretende ainda reforçar a cooperação nos domínios financeiro e económico, do ensino superior, da segurança, do turismo, do ambiente, do ordenamento do território e da formação.
Portugal está também empenhado junto dos restantes Estados-membros no sentido de aprofundar o caráter de excecionalidade na cooperação entre a Tunísia e a União Europeia, sobretudo na área da segurança.
Aumento do comércio bilateral
No plano das relações económicas, o Governo português considera existirem oportunidades para o aumento das exportações e para expansão de investimentos na Tunísia, particularmente em setores como o turismo, o ambiente e a água, interesse que é também manifestado pelo Governo tunisino.
Segundo dados do INE, o comércio luso-tunisino tem crescido continuamente. Portugal tem 470 empresas a exportarem para o mercado tunisino, país que em 2016 foi o 30.º cliente nacional, subindo seis posições relativamente a 2015.
Há 171 cidadãos portugueses inscritos na embaixada de Portugal em Tunes, trabalhando em várias áreas, com destaque para a indústria têxtil ou sendo quadros de empresas ou instituições internacionais.
As cimeiras entre Portugal e a Tunísia realizam-se desde 2003, quando o Governo do Primeiro-Ministro Durão Barroso assinou com este país do Magrebe um tratado de amizade, boa vizinhança e cooperação.