O Primeiro-Ministro António Costa visitou as tropas portuguesas em missão no Afeganistão, para manifestar o reconhecimento do País pelo sacrifício que os militares fazem no combate a uma «ameaça particularmente difícil».
«É uma missão particularmente difícil, que nós não ignoramos, e peço-vos que nunca ignorem que é de elevado risco e onde a ameaça é efetiva, permanente e surge no momento inesperado», disse o Primeiro-Ministro durante o almoço com os militares.
Nunca descurem a segurança, que o inimigo pode estar onde nós menos esperamos», para que no regresso a Portugal só levem «boas histórias para contar», insistiu, no discurso aos militares que estão desde novembro no país.
A força portuguesa inclui 148 militares que são a Força de Reação Rápida na proteção do aeroporto Hamid Karzai, 23 que dão treino aos militares afegãos em artilharia, e 15 em funções no quartel-general da força internacional que garante a segurança e ajuda a treinar as forças armadas e a polícia afegãs.
O Primeiro-Ministro disse ainda que «não há uma única missão em que não digam que os soldados portugueses são do melhor», tendo reafirmado o compromisso de Portugal na participação em missões internacionais no âmbito das organizações nas quais se insere: ONU, NATO e União Europeia.
«Para estarmos seguros, temos de projetar a segurança e é por isso que Portugal tem feito questão de participar ativamente» nas missões internacionais», acrescentou.
Ameaça terrorista é global
Depois de almoçar com os militares portugueses, o Primeiro-Ministro visitou o quartel-general da missão Resolute Support, onde se reuniu com o comandante da missão, o general norte-americano Scott Miller.
No final da reunião, António Costa disse aos jornalistas que a missão internacional encabeçada pela NATO valoriza «muito o esforço que os militares estão a fazer» para que o País possa cumprir as suas «obrigações internacionais no quadro da defesa coletiva».
António Costa, que foi também recebido pelo representante civil da NATO, destacou ainda o papel da missão internacional na estabilização e pacificação do Afeganistão, que conta com 16 mil militares de 41 países.
O Primeiro-Ministro sublinhou que a ameaça terrorista é global e que é «cada vez mais uma ameaça interna e em regra exige um grande trabalho de inclusão social» porque, «é na exclusão que têm estado a causa de muita radicalização que se tem desenvolvido no interior da própria Europa».
António Costa foi acompanhado pelo Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, e pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro.