«Devemos arrancar já na reutilização dos efluentes», uma vez que «o esgoto tratado é água, embora não seja potável, nem para beber», afirmou o Ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, no encerramento da assinatura para o novo contrato de concessão entre o Estado e a Águas do Algarve, em Faro.
O Ministro exemplificou com a lavagem de ruas, a rega de culturas permanentes, de campos golfe e de jardins urbanos para a reutilização dessas águas residuais tratadas.
«A reutilização das águas residuais pode, de facto, injetar mais quase 20% da água no ciclo urbano dessa mesma água e o Algarve está aqui numa posição de grande privilégio», acrescentou João Pedro Matos Fernandes, referindo-se ao investimento de 30 milhões de euros nas novas Estações de Tratamento de Águas Residuais da Companheira e de Faro-Olhão.
O Ministro disse ainda que estas duas infraestruturas «estão preparadas, sem quase ter de se fazer mais nada, para que o esgoto tratado seja reutilizado, uma vez que é fundamental que muito depressa se reduza o uso de água potável em fins secundários».
«Aplicar a reutilização a um ciclo da água que já é circular aproveitando o esgoto tratado é a opção mais inteligente», sublinhou João Pedro Matos Fernandes, lembrando que o Governo tem como meta reutilizar 10% do esgoto tratado até 2025 e 20% até 2030.
Outra das soluções referida pelo Ministro para combater a falta deste recurso natural a longo prazo é a construção de estações de dessalinização de água do mar.
«Em Portugal, só há dois territórios onde possam existir dessalinizadoras: em alguns dos grandes estuários, com rias na costa atlântica, ou no mar do Algarve», disse João Pedro Matos Fernandes, concluindo, contudo, que esta solução «só faz sentido no pressuposto de não ter de aumentar a tarifa que é cobrada às pessoas».