O Primeiro-Ministro António Costa salientou a importância de coordenação entre todas as instituições, autoridades e serviços públicos para que Portugal não aja apenas numa lógica de reação nos casos de violência doméstica.
O Primeiro-Ministro sublinhou a satisfação que sente ao ver um conjunto de instituições mobilizadas e empenhadas na prevenção e combate às situações de violência doméstica num momento em que «a sociedade portuguesa não aceita e não pode conviver mais com este tipo de comportamento».
No primeiro ano em que se assinala um dia de luto a 7 de março em homenagem às vítimas de violência doméstica, António Costa destacou que o Governo quis que «este gesto simbólico fosse acompanhado por um conjunto de passos que criam melhores condições para dar confiança a quem é vítima», para que esta possa «confiar no Estado para denunciar aquilo que é necessário ser denunciado».
Violência diz respeito a todos
«Hoje já não podemos mais aceitar o velho ditado que diz que entre marido e mulher não se mete a colher. A violência diz-nos respeito a todos, e todos temos o dever de intervir, de não calar, de denunciar, de levar a sério as denúncias, de investigar e de prosseguir essa investigação até à fase da condenação», acrescentou.
Após a primeira reunião de trabalho do Governo com a Comissão Técnica Multidisciplinar para a Melhoria da Prevenção e Combate à Violência Doméstica, António Costa frisou também a importância de promover uma articulação entre todas as instituições (forças de segurança, Ministério Público, magistraturas judiciais, sistemas de saúde e de ensino, e Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens) no que diz respeito aos planos de formação e mobilização de recursos.
«Temos perdido a oportunidade de conseguir fazer uma deteção precoce, uma sinalização atempada, uma devida avaliação de risco e uma adoção de medidas de proteção», disse. «Temos de responder positivamente ao que é fundamental assegurar: a segurança de todos, a proteção de todos».
Mensagem às vítimas e apelo à sociedade
O Primeiro-Ministro expressou também uma mensagem às vítimas para que estas possam ter confiança no conjunto das instituições, acreditando que as denúncias que façam sejam «devidamente tidas em conta, investigadas e conduzidas à devida punição».
António Costa deixou também um apelo a todos os que trabalham quotidianamente com as famílias para colaborarem com as instituições para «haver uma ação atempada que previna maiores riscos» de quem já é vítima ou já tem sintomas de agressão física e psicológica.
«Temos o dever de não fingir que não vimos e de em conformidade agir para a autoridades poderem prevenir o que é necessário prevenir. Se todos fizermos isto, seguramente que iremos ter uma redução do número de casos de violência doméstica», afirmou António Costa, estendendo o apelo a toda a sociedade.