«Este curso ficará para sempre marcado pelas condições singulares que marcaram a parte final da vossa formação. Se este é um momento que jamais esqueceriam nas vossas vidas - porque é o culminar, com sucesso, de cinco anos de plena dedicação, de um empenho quer nas matérias teóricas estratégicas, quer na dimensão operacional, quer na criação daquilo que é um espírito policial, num percurso muito exigente que testou profundamente as vossas capacidades e em que devem justamente sentir-se hoje orgulhosos pelos passos e obstáculos que gradualmente foram superando até aqui chegar - se sempre seria assim (e estive aqui já, no ano passado, com os vossos antecessores do 31.º curso), este curso ficará marcado pelo desafio que representou a sua conclusão durante este período marcado pela pandemia coronavírus.
Esta é uma circunstância única na nossa experiência de vida, que ditou uma resposta nacional e singular, sem qualquer paralelo desde há cerca de um século. E que ditou, no quadro das respostas que à Polícia de Segurança Pública foram exigidas, condições para corresponder ao apelo dos órgãos de soberania mas, mais relevante do que isso, à expetativa dos portugueses para que a situação de Estado de Emergência e, posteriormente, a Situação de Calamidade, fossem marcadas pela responsabilidade coletiva, por uma dimensão pedagógica, pelo exercício da autoridade de Estado, sem prática de quaisquer abusos de autoridade. E é muito significativo que, neste tempo de pandemia, as forças policiais tenham sido reconhecidas em estudos de opinião pública como as instituições da administração pública em que os portugueses tinham a maior confiança».
Leia a intervenção na íntegra