Saltar para conteúdo
Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2020-12-11 às 13h58

«A retoma virá quando a procura se restabelecer»

Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, no debate sobre política setorial, Assembleia da República, 11 dezembro 2020 (foto: João Bica)
«A retoma virá quando a procura se restabelecer», afirmou o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, no debate sobre política setorial, na Assembleia da República.

«O que explicou o crescimento muito significativo da economia portuguesa no terceiro trimestre deste ano não foram medidas do Governo», disse, acrescentando que «o que explicou foi a normalização da situação sanitária, foi a abertura dos mercados externos, com um extraordinário do desempenho das exportações de bens, que em outubro estiveram praticamente ao nível do mês homólogo do ano passado, e não apenas o consumo interno», disse.

As medidas do Governo «visam preservar a capacidade produtiva das empresas e o emprego». «De tal maneira que, quando regressar a procura, as empresas possam simplesmente começar novamente a produzir». 

Pedro Siza Vieira acrescentou que «num contexto em que a procura não está ao nível desejável, tem de haver um complemento para permitir suportar custos fixos e manter o potencial de resposta».

Simplicidade

As medidas do Governo têm primado pela simplicidade no processo de acesso a elas, havendo, contudo, «algumas dificuldades de as pequenas e micro empresas acederem aos apoios estatais disponíveis».

«Não é tanto uma questão de burocracia, até porque o programa Apoiar é especialmente simplificado», mas «de empresários em nome individual sem contabilidade organizada» que, devido às «regras existentes nos fundos europeus, não tinham acesso ao programa».

Isto «levou o Governo a desenvolver um trabalho para lhes permitir esse acesso e aumentar a dotação do programa», disse.

Comércio a retalho

O Ministro disse também que o Governo «percebeu o impacto que a situação pandémica está a ter no comércio a retalho não alimentar». «Enquanto o pequeno comércio alimentar ganhou um novo fôlego, o não alimentar tem situações terríveis». 

«Fala-se muito na restauração, mas no pronto-a-vestir há quebras de faturação superiores a 50%. As sapatarias estão a ter quebras de faturação médias de 60%, porque as pessoas ficam em casa, não gastam solas e não precisam de comprar sapatos», acrescentou.

Apoios exigentes

Os apoios às empresas aprovados no Conselho de Ministros de 10 de dezembro são «muito exigentes do ponto de vista da sua conceção e da mobilização dos recursos», e «são extremamente exigentes do ponto de vista da sua execução».

Todavia, «tenho confiança de que vamos ser capazes de executar e conseguir lançar os apoios já no início do próximo ano e digo com uma confiança alicerçada no trabalho feito nestas últimas semanas», afirmou.