O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, apelou às universidades e politécnicos para que comecem este mês a retomar a atividade presencial - interrompida pela pandemia da Covid-19 - para preparar o próximo ano letivo.
«A Universidade e o conhecimento exigem pessoas», afirmou Manuel Heitor, numa declaração à agência de noícias Lusa, após uma sessão na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, para marcar o reinício de aulas presenciais.
Manuel Heitor referiu também que o próximo ano letivo «tem que começar a ser preparado já, sem esperar até setembro» e terão de se «adotar medidas de ensino combinado», isto é, «presencial e à distância», abrindo o ensino superior a mais jovens, numa altura em que se vai viver uma «situação crítica associada ao desemprego» provocado pela pandemia.
O Ministro disse ainda que, no próximo letivo, as universidades e politécnicos poderão abrir concursos especiais para estudantes que tenham terminado o ensino secundário pela via profissional. Até agora, esses alunos só podiam entrar fazendo os exames de acesso dos alunos que entram pela via humanística ou científica ou através da realização de cursos curtos de acesso.
Empresas e universidades têm-se reorientado para o combate ao novo coronavírus
Manuel Heitor apelou ainda ao «ativismo científico e académico» dos investigadores portugueses, para que as universidades e as empresas participem no esforço global contra o novo coronavírus, acrescentando que já se mobilizaram cerca de 7,5 mil milhões de euros para acelerar a investigação de uma vacina, terapias e meios de diagnóstico.
O Ministro relembrou o trabalho feito nesta área, só no último mês, em que foram certificados 19 laboratórios pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, que se reorientaram para fazer testes de diagnóstico nos lares de idosos.
«À data de ontem tinham sido feitos mais de 50 mil testes, a um ritmo de quatro mil por dia, uma mobilização inédita que está a funcionar», disse ainda.
Manuel Heitor referiu as instituições que - para além dos grandes laboratórios de medecina molecular - se reconfiguraram para aderir ao esforço de testagem em todo o País como o laboratório de Microbiologia Alimentar em Viana do Castelo, o Laboratório de Investigação da Montanha de Bragança ou o Laboratório de Microbiologia Agrária de Évora.
O Ministro disse ainda que é necessário «evoluir para uma nova forma de integrar os testes com a atividade científica regular, que tem que ser retomada».