O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho,
afirmou que as alterações climáticas são um «fator de aceleração de conflitos» com possível impacto na «segurança coletiva».
João Gomes Cravinho falava durante a cerimónia de entrega do 27º Prémio Defesa Nacional e Ambiente, na Base Aérea n.º 5, em Monte Real, Leiria.
Segundo o Ministro, a atuação do Governo não é «apenas - e esse é já um trabalho enorme - reduzir a pegada ecológica e aumentar a eficiência energética das operações e atividades para as adaptar aos impactos das alterações climáticas» mas, também, «integrar no nosso planeamento e na nossa cultura estratégica a noção de que as alterações climáticas são propiciadoras de catástrofes naturais que, com muita probabilidade, levarão à multiplicação de missões de emergência civil, em Portugal e nos países nossos parceiros, missões nas quais as Forças Armadas serão cada vez mais chamadas a desempenhar um papel fundamental de apoio».
Defesa Nacional tem de ser um agente ativo nos debates sobre clima e segurança
João Gomes Cravinho disse também que, «face a um contexto onde estes fatores se multiplicam por todo o globo, a Defesa Nacional tem de ser um agente ativo nos debates internacionais em curso sobre clima e segurança, nomeadamente, no âmbito da NATO e da União Europeia, mas também da CPLP e no quadro das relações bilaterais».
«É responsabilidade da Defesa Nacional adaptar o seu planeamento e a sua ação de maneira a contribuir para que as crises ambientais não se transformem em crises securitárias» afirmou, lembrando que o Governo escolheu o «nexo entre clima e defesa e as suas implicações na segurança europeia como uma das prioridades deste ministério durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia».
João Gomes Cravinho afirmou ainda que se está a viver «um momento crucial», que «deve fazer refletir sobre soluções cooperativas que respeitem o meio ambiente e simultaneamente concorram para tornar a sociedade mais resiliente face a emergências complexas resultantes dos riscos climáticos».
Alterações climáticas e desenvolvimento tecnológico
O Ministro disse também que «a adaptação às alterações climáticas vai certamente assumir um papel central também no desenvolvimento tecnológico para a defesa» e destacou a importância de «um cruzamento virtuoso entre as Forças Armadas, a indústria, e o sistema científico e tecnológico nacional", "para a inovação tecnológica em matéria ambiental aplicada às capacidades militares».
Referindo-se a «projetos no âmbito da Cooperação Estruturada Permanente, projetos financiados pelo novo Fundo Europeu de Defesa, ou projetos da Agência Europeia de Defesa», João Gomes Cravinho reafirmou que «em todos eles, a ‘defesa verde’ nacional pode encontrar múltiplas formas de parceria e de financiamento».