O Primeiro-Ministro acrescentou que o caminho passa por manter, na próxima década, a convergência económica com a União Europeia, «continuar a melhorar o rendimento das famílias e a reduzir as desigualdades», e vencer os desafios demográfico, climático e da transição digital.
Nas metas que enumerou para o País, para a próxima década - e que constam do Programa do Governo -, António Costa incluiu ainda:
- reduzir a dívida pública para um valor inferior ao valor do Produto Interno Bruto até 2023,
- aumentar do peso das exportações até 50% do Produto Interno Bruto até meados da década,
- aumentar salário mínimo para 750 euros no final da legislatura,
- erradicar a pobreza entre os idosos,
- garantir que seis em cada dez jovens frequentam o ensino superior em 2030
- alcançar a neutralidade carbónica em 2050.
Aumentar salários
«O peso dos salários no Produto Interno Bruto continua significativamente abaixo da média europeia, e muito abaixo do início do século», lembrou o Primeiro-Ministro, acrescentando que isto acontece «apesar da queda do desemprego e da melhoria dos rendimentos», ocorridas desde 2015.
O aumento dos salários é «vital para manter as novas gerações motivadas» e em Portugal. Porque, «ou somos capazes de responder a essa expectativa, ou corremos o risco de sofrer efetivamente um fenómeno muito significativo de brain drain», isto é, fuga de cérebros.
António Costa sublinhou que este «é um risco que não podemos correr: não nos podemos dar ao luxo de perder a geração mais qualificada que o País alguma vez teve».
Por esta razão, por razões de justiça social, e porque «não há empresas viáveis se não forem competitivas a contratar», o Governo apresentou na Concertação Social uma proposta de acordo de rendimentos de longo prazo «que tenha como meta a convergência com a Europa no peso dos salários no Produto Interno Bruto», disse.
Sustentabilidade demográfica
António Costa destacou também o desafio da sustentabilidade demográfica, referindo que o objetivo de manter o nível populacional e o equilíbrio geracional não se alcança apenas com estímulos à natalidade.
«As políticas focadas na natalidade são muito importantes, mas uma política ativa de imigração é fundamental, disse, acrescentando que o incomoda «que a Europa olhe de forma disfuncional para a necessidade de repor o equilíbrio demográfico e de forma defensiva para a política migratória».
O envelhecimento da população, com o crescimento do número de velhos, vai colocar novos desafios quer ao Serviço Nacional de Saúde, quer à Segurança Social que «estará sob pressão crescente até à década de 40 e essa pressão tem de ser respondida».
«Para robustecer a Segurança Social», «temos de alocar outras formas de financiamento, que não exclusivamente assentes na massa salarial», encontrando «novas formas de financiamento», além das já existentes, como o adicional do IMI ou a consignação de parte da receita do IRC.
O Primeiro-Ministro disse ainda que há uma outra meta que deseja para o futuro: «mais 30 anos para o jornal Público», acrescentando que o jornal marcou a sua geração.