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2021-04-20 às 17h10

«É fundamental reforçar a conectividade entre os dois lados do Atlântico»

Primeiro-Ministro António Costa intervém no encontro empresarial da Cimeira Iberoamericana, Andorra, 21 abril 2021 (foto: Clara Azevedo)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou ser «fundamental reforçar a conectividade entre os dois lados do Atlântico» durante a intervenção inicial no Fórum Empresarial Ibero-Americano, em Andorra-a-Velha, Andorra, que antecede a cimeira de Chefes de Estado e de Governo de 22 países.

No colóquio de início do encontro empresarial ibero-americano, que também contou com a presença dos Chefes de Estado e de Governo de Andorra, República Dominicana, Espanha e Guatemala, e da Secretária-Geral Ibero-Americana, António Costa salientou a importância da instalação do primeiro cabo de fibra ótica entre a América Latina (Fortaleza, Brasil) e a Europa (Sines, Portugal), que será concluída em junho.

«Esta ligação de fibra ótica entre a Europa e a América Latina é a chave para o desenvolvimento conjunto da economia do futuro, uma economia que será seguramente uma economia baseada no digital», sublinhou.

No âmbito da proximidade entre a Europa e a América Latina, António Costa sublinhou também o esforço que Portugal está a fazer para proteger a TAP enquanto ponte de ligação entre o Brasil e a Europa: «É essencial para que depois da pandemia haja um crescimento mais forte das relações a todos os níveis entre a Europa e o espaço Ibero-Americano».

António Costa destacou três prioridades «muito claras»: «A conclusão do acordo de amizade com o Chile, o acordo comercial com o México e o avanço das negociações da União Europeia e a Mercosul».

«Sabemos que este último tema é o mais difícil, mas é também o mais promissor. Um acordo entre a União Europeia e o Mercosul será o maior acordo económico e comercial à escala global», acrescentou.

O Primeiro-Ministro salientou também que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia «está a insistir na necessidade de se fechar agora o acordo complementar - que está muito avançado - sobre clima, desflorestação, tendo em vista possibilitar a aprovação de um acordo geral pelo Conselho e Parlamento Europeu».

Durante a intervenção, António Costa realçou ainda a prioridade da presidência portuguesa em relação à vacinação contra a Covid-19, não apenas na Europa, mas também no continente africano e na América Latina.

«Guerras comerciais com base em bens essenciais são inadmissíveis»

Na segunda intervenção no Fórum Empresarial Ibero-Americano, António Costa destacou que «a União Europeia é uma das regiões que nunca interrompeu a exportação de vacinas» e que «grande parte, senão mesmo a totalidade, das vacinas disponíveis na Covax (cooperação mundial) foram produzidas aqui na Europa».

António Costa sublinhou «a importância de se criarem cadeias de valor global de produção» e referiu que «a tentação de se fechar fronteiras para se proibir exportações» deve ser evitada.

«Todas as vacinas que demonstrem a sua eficácia e segurança sanitária têm de possuir licença de introdução no mercado. Essas vacinas tanto podem ser produzidas na Europa, nos Estados Unidos, na China ou na Rússia. A verdade é muito clara: Todos somos poucos para produzir a quantidade de vacinas necessárias à escala global», acrescentou, reiterando que «as guerras comerciais com base em bens essenciais, como são as vacinas, são inadmissíveis».

«Temos de possuir um organismo internacional para o reconhecimento comum da segurança das vacinas. Um organismo que confira uma licença global para essas vacinas serem comercializadas em todo o mundo», afirmou.