O Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, saudou o sucesso da expedição oceanográfica iMar, sobre ecossistemas marinhos vulneráveis ao longo da secção norte da Dorsal Médio-Atlântica na região dos Açores, durante o encontrou com os cientistas que participaram na campanha.
Na apresentação dos resultados preliminares do trabalho realizado a bordo do navio de investigação Pelagia (Países Baixos), na cidade da Horta, Faial, Ricardo Serrão Santos realçou a importância de mapear e gerir o capital natural marinho de Portugal, desígnio para o qual contribuiu esta missão financiada pelo projeto europeu Eurofleets+.
O Ministro tomou conhecimento dos resultados preliminares desta campanha liderada pela Universidade dos Açores, envolvendo uma equipa internacional de investigadores de diversos países e centros de investigação, a bordo do navio de investigação neerlandês Pelagia, financiado pelo programa Eurofleets+ e desenvolvido no âmbito do projeto Horizon 2000, iAtlantic cujo objetivo é avaliar a saúde dos ecossistemas do mar profundo e do oceano aberto.
Foram utilizadas tecnologias inovadoras, como amostragem de ADN ambiental, em paralelo com tecnologia acústica de alta resolução e de imagens de vídeo, que identificaram habitats pristinos desconhecidos.
«Os oceanos, em geral, e o Atlântico em particular, exigem este tipo de sofisticação técnica e científica, que só pode ser alcançada através de redes de cooperação internacional», referiu Serrão Santos.
O Ministro do Mar acrescentou que para além da investigação aplicada para se alcançar a sustentabilidade dos oceanos, há uma dimensão exploratória que fascina os investigadores e os Açores são uma das regiões mais relevantes do Oceano Atlântico para novas descobertas dada a diversidade de corais e esponjas de águas frias, e de habitats por eles formados, existentes em áreas ainda não visitadas pelo homem.
De 18 de maio a 2 de junho, a campanha liderada pelo Instituto de Investigação em Ciências do Mar – Okeanos, da Universidade dos Açores, visou caracterizar comunidades de peixes, corais e esponjas no mar profundo, mas também a ocorrência de micro-plásticos nos sedimentos profundos informação importante para o desenvolvimento de políticas de preservação do património natural.
A avaliação preliminar dos resultados já permitiu determinar que vários locais no norte da Zona Económica Exclusiva dos Açores são bastante menos profundos do que se julgava. Uma destas áreas, a 600 metros de profundidade, é suscetível de ser explorada pela pesca, mas, por ser desconhecida, permanece pristina e deverá ser considerada como uma das áreas prioritárias para a conservação. Os cientistas vão agora trabalhar em detalhe os dados obtidos, que poderão revelar mais algumas descobertas surpreendentes.
Portugal está fortemente empenhado na Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável, lançada formalmente a 2 de junho, em Berlim, considerando que uma das prioridades para a economia azul sustentável passa pela investigação, à qual devem ser alocados fundos públicos e privados.