O Primeiro-Ministro António Costa anunciou que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 «prevê um novo incentivo fiscal à recuperação de forma a dar um apoio suplementar às empresas para poderem investir. É um forte incentivo para que investiam no sentido da recuperação e da sua capitalização».
O Primeiro-Ministro intervinha na cerimónia de lançamento da primeira pedra na nova fábrica da BorgWarner em Viana do Castelo, acrescentou que este incentivo será complementar ao Plano de Recuperação e Resiliência no apoio ao investimento empresarial.
António Costa afirmou que a instalação de mais uma unidade fabril desta empresa em Viana do Castelo transmite «uma mensagem muito importante quando há enormes fatores de incerteza à escala global, quando estamos a siar de uma pandemia que criou uma crise económica muitíssimo profunda».
Apesar desta crise, «as empresas têm mostrado enorme confiança no futuro da nossa economia», disse, apontando que «o primeiro semestre deste ano fixou um novo máximo histórico de investimento empresarial e tudo indica que o ano de 2021 terá um novo máximo de investimento direito estrangeiro no País».
Esta confiança «têm tido justificação porque, ainda hoje, o INE deu a conhecer que o aumento das exportações este ano está 4 por cento acima do nível de 2019», antes da pandemia.
Confiança
Isto significa que, apesar da crise, «as empresas portuguesas mostraram resiliência, confiança, continuaram a investir e esse investimento tem-se traduzido no emprego e no aumento da exportação», afirmou.
O Primeiro-Ministro referiu também que este investimento na construção de uma fábrica de motores elétricos para automóveis «tem os olhos postos no futuro», pois «a transição climática vai implicar alterações profundas na nossa forma de viver e a indústria automóvel tem de se adaptar a esta transição».
«Há muitas incógnitas sobre o futuro, mas todos sabemos que não é possível vencer o desafio das alterações climática sem uma alteração significativa do modelo de mobilidade», que será feito de «mais transporte público e mais transporte através de energias sustentáveis e renováveis».
Momento de investir
António Costa afirmou também que «estamos num momento crucial em que temos de investir mais e melhor. Mais, para recuperar o que perdemos durante a crise, mas melhor, para irmos mais além e mais rapidamente no processo de transformação estrutural do nossos País».
«Beneficiamos de fundos extraordinários da União Europeia para financiar essa transformação, cerca de sete mil milhões de euros são destinados às empresas, e às indústrias, em particular, nos programas de descarbonização, indústria 4.0, incentivos ao desenvolvimento de parques empresariais, e no apoio direito a investimento empresarial».
O Primeiro-Ministro destacou o programa Agendas Mobilizadoras, «que visa criar novas áreas de negócio, novos produtos e serviços de mais valor acrescentado, que ajudem a aumentar o potencial de crescimento da economia, o seu grau de internacionalização e a sua capacidade de gerar mais e melhor emprego».
Fábrica de motores automóveis elétricos
A nova fábrica da BorgWarner em Viana do Castelo representa um investimento de 25 milhões de euros que criará mais de 300 novos postos de trabalho, sendo o terceiro investimento da multinacional americana na cidade, onde já emprega cerca de mil trabalhadores.
A unidade, já em construção, vai começar a produzir motores elétricos para o setor automóvel em 2023. Presentemente, a empresa produz 3% de motores elétricos, mas o seu objetivo é que 45% da produção seja de motores elétricos em 2030. Esta nova fábrica será a terceira da BorgWarner a produzir motores elétricos na Europa.
O grupo é um dos líderes mundiais de produtos em soluções de tecnologia limpa e eficiência para veículos de combustão, híbridos e elétricos, tendo fábricas e instalações técnicas em 24 países.