O racismo «vem da ignorância, por isso temos de o combater com conhecimento», afirmou a Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Na primeira Cimeira Europeia Contra o Racismo, que decorreu virtualmente a partir de Bruxelas, a Ministra disse que «a pandemia de Covid-19 não deve adiar ou diminuir a importância deste diálogo» sobre o racismo, acrescentando que «a crise exacerbou as desigualdades dos grupos mais vulneráveis, à escala nacional, europeia e global».
Para Mariana Vieira da Silva, em tempos de crise, «algumas pessoas tendem a fazer generalizações e a encontrar bodes expiatórios, o que é sempre injusto e injustificado».
A atual pandemia «não foi diferente» e assiste-se a «uma escalada de discriminação, discurso de ódio e incitamento ao ódio e à violência», que «aumenta a segregação, a insegurança, a exclusão social, o isolamento e o estigma» dos grupos mais vulneráveis, realçou.
Sublinhando a importância do novo plano de ação da União Europeia Contra o Racismo 2020-2025, adotado em setembro, Mariana Vieira da Silva relembrou o compromisso da presidência portuguesa do Conselho da UE com a agenda antirracista.
«Temos de nos comprometer com um diálogo aberto, honesto e contínuo» para desenvolver e implementar políticas antirracistas, disse, frisando que o modelo social europeu assenta nos princípios fundamentais da igualdade e da não discriminação.
«Ninguém, nenhum Estado-membro, está imune e temos de assumir responsabilidades», afirmou a Ministra, acrescentando que «este pode não ser um problema novo, mas é definitivamente um problema urgente» e que o racismo é «um desafio de longa data» que hoje conta, «felizmente», com uma «sociedade mais exigente», disse.
A Cimeira Europeia Contra o Racismo foi coorganizada pela Comissão Europeia e a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, em cooperação com o Intergrupo Antirracismo e Diversidade do Parlamento Europeu.