O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que, no combate à pandemia de Covid-19 «o valor que Portugal acrescenta à Europa é real e objetivo. Acrescentamo-lo por participarmos no esforço europeu e porque damos à Europa a nossa vocação universal, abrimo-la para África e América Latina».
A pandemia de Covid-19 «coloca três desafios particulares à Europa: coordenação, colaboração e cooperação», afirmou o Ministro na sessão antecipatória da iniciativa «Resposta global à Covid-19 - conferência de doadores», que se realizou em Lisboa e foi
encerrada pelo Primeiro-Ministro António Costa.
O Ministro sublinhou que «só coordenadamente, no combate à pandemia e aos seus efeitos, pode a União Europeia superar a crise que a pandemia provocou», acrescentando que «a coordenação tem funcionado muito bem desde o início no repatriamento dos cidadãos europeus retidos um pouco por todo o mundo».
Mesmo depois de algumas hesitações iniciais a coordenação «funcionou bem na preservação e salvaguarda do mercado interno, e na coordenação das medidas de confinamento e de desconfinamento».
A coordenação é também «essencial na necessidade de encontrar um tratamento eficaz contra o vírus e de chegar o mais depressa possível a uma vacina», disse.
Santos Silva apontou também a importância da «colaboração entre os Estados membros, entre o setor social (tão vibrante na União Europeia), as empresas e entidades privadas e os sistemas científicos, de formação avançada e de inovação, que são uma das maiores riquezas da União».
O desafio da cooperação «porque o que a União Europeia se propõe é liderar o esforço mundial para ter, o mais depressa possível, uma vacina que seja um recurso universal, ao dispor de todos, em particular as regiões com as quais a UE tem uma relação de cooperação muito estreita» - África e América Latina.
Participação de Portugal
«Em todos estes desafios, a participação de Portugal é muito importante, pelo que temos o desafio nacional de participar neste esforço», afirmou, referindo «o nível da mobilização do financiamento – que constitui o objetivo essencial da cimeira dos líderes europeus de hoje».
O Ministro referiu que a participação de todos está a fazer-se «num espírito que é o de não cuidar de saber a proveniência» do financiamento «e de quem vai receber o seu benefício».
Santos Silva disse esperar que esta «forma muito colaborativa», « seja também um ensinamento para outros situações em que precisamos de levantar recursos significativos para apoiar a recuperação das nossas economias».
Portugal está «aqui a dizer que participa com todos os seus recursos: o Estado, as empresas públicas e privadas, as fundações, os institutos e centros de investigação científica».
O país quer «participar no esforço de desenvolvimento da investigação científica e laboratorial e na implementação prática do tratamento e da vacina, para o que temos recursos importantes na nossa ciência, nas nossas empresas farmacêuticas e no nosso sistema de saúde».
Portugal participa e participará, «cada vez mais, no esforço de cooperação, designadamente com os países lusófonos e outros, na resposta à pandemia», disse.