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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2021-09-14 às 16h30

Primeiro-Ministro afirma necessidade de aumentar formação em medicina

Inauguração da Faculdade de Medicina da Universidade Católica
O Primeiro-Ministro António Costa, acompanhado pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, presidiu à inauguração da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, numa cerimónia que se realizou em Sintra.

O Primeiro-Ministro afirmou que «uma das alterações estruturais mais profundas do País nas últimas décadas é a capacidade de, ano após ano, ir vencendo o seu maior défice estrutural: o das qualificações».

Lembrando que «em 1995, na faixa etária entre os 25 e os 34 anos, só 13,4% tinha concluído o ensino superior; em 2020, na mesma faixa etária, esse número era de 41,9%», acrescentou que «este progresso foi também acompanhado na formação em medicina: em 1995, foram 409 os diplomados em medicina; em 2020, foram cerca de 1700».

Porém, «este esforço não pode parar e só nos deve impor maior exigência», sublinhou. «Sem sacrificar a exigência científica necessária, temos de prosseguir o esforço de aumentar o nível de formação superior em geral e também na medicina», disse também.

António Costa afirmou que «não vale a pena discutir se temos médicos a mais ou a menos, porque temos maior procura do que oferta de formação em medicina – houve 600 candidatos para 50 vagas –, todos os dias sentimos, quer no setor público quer no privado, a carência de recursos humanos». 

Simultaneamente, «é fundamental ter formação de qualidade, cumprindo a exigência científica, exigível em qualquer tipo de formação e, por maioria de razão, numa da qual depende a vida de quem é assistido», disse.

No esforço de qualificação, «o Estado tem procurado cumprir a sua parte, alargando a base de acesso, investindo no alojamento, na ação social escolar, diversificando a oferta de formação e aproximando os locais de formação: em 2015, havia 40 localidades no País com oferta de ensino superior e hoje há 134 localidades», referiu.

«Este esforço tem sido também notório na formação em medicina, com os cursos em Aveiro, em Vila Real e em Évora, perspetivam-se novos ciclos de formação, e de reforço da formação no Algarve, na Covilhã, e em Braga, para além de Lisboa, do Porto e de Coimbra», lembrou o Primeiro-Ministro.

Contudo, «este esforço não tem de ser exclusivo do Estado, devendo ser partilhado por instituições de outra natureza e não me surpreende que tenha sido da Universidade Católica Portuguesa a primeira universidade não pública a criar um curso de medicina, e quero dar-lhe os meus parabéns pelo sucesso», disse, acrescentando que «a maior lição que temos de retirar» do processo de criação desta faculdade «é que temos de ter a máxima exigência científica, mas a nula capacidade de bloqueio corporativo».

O Primeiro-Ministro apontou também a capacidade que a UCP teve de vencer as exigências administrativas do Estado e «os poderes fáticos corporativos, foi a que teve de associar a si outras instituições», destacando o Instituto Gulbenkian de Ciência e o grupo Luz Saúde.