O Primeiro-Ministro António Costa reuniu-se com o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, presidente da conferência episcopal da Igreja Católica, acerca das condições para o levantamento de restrições impostas pelo combate à pandemia de Covid-19.
«Estamos em diálogo com a Igreja Católica, assim como com outras instituições, de forma a compatibilizar a celebração da fé com as regras de proteção social que terão de ser mantidas para travar a pandemia», disse o Primeiro-Ministro, que acrescentou que a Igreja Católica tem sido exemplar no combate à propagação da Covid-19, não tendo necessitado «do estado de emergência para começar a aplicar as regras essenciais de afastamento social».
Celebrações de Fátima
Na reunião, «falámos de como, a partir de maio, poderemos encontrar um maior ponto de normalidade nas celebrações religiosas, tendo em conta a previsão de que, se mantivermos o grande esforço, disciplina e contenção até ao final do mês, poderemos consolidar a trajetória verificada desde março, e começar a encarar maio de uma forma diferente daquela que temos vivido nos últimos dois meses».
António Costa afirmou que o objetivo é continuar a compatibilizar a celebração da fé e as regras de proteção social, pelo que o Bispo de Leiria-Fátima, Cardeal D. António Marto, já tomou decisões relativamente às celebrações das aparições de Fátima.
O Primeiro-Ministro manifestou ao Cardeal Patriarca de Lisboa o «reconhecimento pelo grande esforço e exemplo que a Igreja Católica tem dado» ao longo do período de estado de emergência e, em particular, durante a quadra pascal.
O Governo irá também falar com outras confissões religiosas, designadamente com a comunidade muçulmana, que entra em breve no período do Ramadão.
Até haver vacina temos de manter regras de afastamento
O Primeiro-Ministro salientou que «até haver uma vacina, não vamos retomar a vida normal. Mesmo sem estado de emergência, não vamos poder viver como antes», tendo todos de manter medidas de confinamento e de distanciamento social.
Se o País não pode viver «permanentemente na atual situação clausura», também não vai poder retomar a normalidade até haver uma vacina, tendo de «manter normas para conviver com o vírus». «Este é ainda o momento para manter um grande rigor e disciplina no que respeita à contenção e afastamento social», acrescentou.
«Temos um longo período à nossa frente em que vamos ter de manter normas de higienização social e pessoal, normas de afastamento, de contenção e de limitação à circulação, ou de forma voluntária - como aconteceu com a decisão da Conferência Episcopal -, ou impostas pelo Estado com base nos poderes de que dispõe», disse.