A Ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que a saúde mental é prioridade nesta legislatura e que vai continuar a trabalhar com a área governativa da Justiça para garantir um Serviço Nacional de Saúde a todos os portugueses.
«Há sempre muitas prioridades que competem entre si. Acreditamos que a prioridade dada à saúde mental - e a todos os tipos de respostas nesta área da saúde - é um desafio que não podemos deixar de enfrentar nesta nova legislatura», disse Marta Temido na inauguração da Unidade de Internamento Psiquiatria Forense no Hospital Magalhães de Lemos, no Porto, onde esteve também a Ministra da Justiça, Francisca van Dunem.
a Ministra da Saúde destacou também a capacidade que as duas áreas governativas tiveram para fazer «coisas boas» para os cidadãos e que, por determinação judicial, necessitam de reintegração e de receber algum tipo de tratamento na área da saúde mental.
«Senhora Ministra da Justiça, será com muita satisfação que continuaremos a trabalhar com a sua área governativa, com os seus serviços, como já fizemos na área da medicação, contribuindo para que a população prisional possa ter, mesmo que em contexto de medida de segurança, o acesso ao Serviço Nacional de Saúde que nos incumbe de garantir a todas e a todos os portugueses», disse.
Um bom exemplo de «saúde em todas as políticas»
A nova Unidade de Internamento Psiquiatria Forense no Hospital Magalhães de Lemos é a primeira unidade para presos inimputáveis na região Norte. Custou cerca de «meio milhão de euros» e vai receber 40 utentes inimputáveis até 2020, todos provenientes do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo.
Para Marta Temido este é um bom exemplo de «saúde em todas as políticas», isto é, uma «tendência internacional há muito reconhecida» mas «muito difícil de ser aplicada na prática».
«Consideramos que continuar este tipo de investimento na melhoria das unidades de psiquiatria forense é uma obrigação nossa, por isso não nos conformamos com aquilo que ainda temos para fazer nesta área e que tem sido ainda demasiadas vezes alvo de recomendações internacionais e que muito nos preocupa», afirmou.
A Ministra disse ainda que também é necessário avançar com estruturas de cuidados continuados na área «da infância e da adolescência» e que «há muita necessidade de melhorar o nosso ritmo de resposta às necessidades da saúde mental». Marta Temido acrescentou que isto consegue-se privilegiado «as respostas de base comunitária», «a intervenção ao nível dos cuidados continuados, as respostas de integração numa vida o mais natural e integrada possível» e também as situações «de maior complexidade» como é o caso «dos presos inimputáveis».