1. Ministros da Agricultura e das Pescas aprovou novas medidas para apoiar os agricultores.
2. Planos estratégicos da Política Agrícola Comum podem ser alterados duas vezes por ano.
3. Reunião foi ainda palco de uma homenagem a Maria do Céu Antunes, tendo sido a última em
que participou enquanto Ministra com a tutela da agricultura e das pescas.
Na reunião do Agrifish (Conselho de Ministros de Agricultura e Pescas), os Ministros da
Agricultura e das Pescas aprovaram as propostas da Comissão Europeia (CE) para
responder aos problemas do setor, incluindo duas emendas anuais dos planos
estratégicos da Política Agrícola Comum (PAC).
Os projetos aprovados têm como objetivo simplificar, reduzir os encargos
administrativos e proporcionar maior flexibilidade no cumprimento de algumas
condições ambientais e prevê, também, que os respetivos planos anuais da PAC sejam
alterados até duas vezes por ano.
A Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, considera que "vários
elementos resultam das nossas reivindicações, nomeadamente em relação à Boas
Condições Agrícolas e Ambientais 7 (BCAA 7). Relativamente a esta norma, a rotatividade
continua a ser o elemento principal, mas os Estados-Membros passam a também ter a
possibilidade de disponibilizar, aos agricultores, a diversificação de culturas. Outro
elemento positivo consiste na possibilidade de garantir derrogações temporárias às
BCAA em situações imprevistas, como eventos climáticos extremos que impeçam os
agricultores de cumprir os requisitos dessas normas".
Maria do Céu Antunes lembrou, ainda, que "a melhoria da posição dos agricultores na
cadeia de valor agroalimentar é um vetor importante de atuação, em complemento das
medidas que se estão, também, a desenhar no âmbito da simplificação e do reforço da
competitividade".
No entanto, apesar do sucesso da aprovação destas medidas, Portugal apresentou várias
propostas que podiam ter tornado a proposta mais eficaz, como, por exemplo, a
possibilidade de se antecipar, numa campanha, a transferência de verbas entre pilares
(do segundo para o primeiro), enquanto mecanismo para enfrentar a quebra na
rentabilidade que os agricultores enfrentam.
A Ministra da Agricultura e da Alimentação lembra que Portugal sugeriu, ainda, "a
eliminação da obrigação de os Estados-Membros terem de alterar os planos estratégicos
sempre que uma iniciativa legislativa, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, entre em vigor. Preferíamos que essa adaptação ocorresse na PAC pós-2027, por forma a fornecer
maior estabilidade e previsibilidade aos agricultores, sem abdicar da nossa ambição
para uma transição ecológica justa".
Já na reunião de Ministros de fevereiro, Portugal tinha defendido a simplificação
administrativa e no que respeita ao ajustamento das regras regulamentares.
Reconhecendo como legítimo o descontentamento do setor, fruto de vários fatores que
afetaram a zona euro, este Agrifish corroborou a vontade coletiva de trabalhar na
garantia de previsibilidade aos agricultores, bem como a preocupação comum de
revisitar e adaptar a PAC ao contexto global presente.
Esta reunião do Agrifish foi também a última em que Maria do Céu Antunes participou
enquanto Ministra das áreas da Agricultura e das Pescas. No momento da despedida e
no seguimento da homenagem prestada pelos Ministros e representantes das
instituições europeias presentes, a Maria do Céu Antunes deixou, "a todas e a todos, uma
palavra de gratidão e reconhecimento. E, entre tantas histórias, tantos desafios e tantos
momentos tão marcantes, como aquele, em 2021, em que alcançámos o acordo político
para a reforma da Política Agrícola Comum, sob a presidência portuguesa, quero
também sublinhar a honra que foi poder contribuir para este grande projeto que é a
União Europeia".