1. Percentagem de alunos que conseguiram realizar com sucesso pelo menos dois
terços das tarefas manteve-se sensivelmente idêntica face à edição de 2021
2. A nível global, as variações entre os estudos de 2021 e de 2023 são positivas em
todas as literacias no 3º ano de escolaridade, apresentando uma tendência negativa
no 6º e 9º ano
3. Professores desenvolvem estratégias didáticas e de avaliação com incidência no
trabalho prático e experimental
O Instituto de Avaliação Educativa, I.P. (IAVE), acaba de publicar a segunda edição do Estudo
Diagnóstico das Aprendizagens (ED 2023), que avalia, de forma transversal e integrada, as
competências e literacias da leitura e da informação, matemática e científica.
A edição de 2023 do Estudo Diagnóstico das Aprendizagens mantém, no essencial, as tarefas e
itens aplicados na primeira edição, realizada em janeiro de 2021, em pleno período de pandemia
de Covid-19, permitindo assim uma maior comparabilidade de resultados e a aferição dos défices
de aprendizagem associados à crise pandémica.
A amostra estratificada do Estudo Diagnóstico das Aprendizagens 2023, que decorreu entre os
dias 10 de janeiro e 8 de fevereiro de 2023, foi elaborada e validada pela Direção-Geral de
Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), tendo o estudo envolvido 15.834 alunos do 3º ano,
16.133 alunos do 6º ano e 19.353 alunos do 9º ano, num total de 51.320 alunos.
Da leitura dos resultados constata-se, desde logo, que a percentagem de alunos que conseguiram
realizar com sucesso pelo menos dois terços das tarefas por nível de desempenho, e salvo
algumas oscilações, manteve-se bastante idêntica, em 2023, face aos resultados alcançados
pelos alunos que a realizaram na edição de 2021.
Em termos dos desempenhos globais, as variações entre o Estudo Diagnóstico de 2021 e de 2023
são positivas em todas as literacias no 3º ano de escolaridade, tendendo, porém, a ser negativas,
em alguns casos, no 6º e 9º ano.
Os resultados globais sugerem, assim, que o momento do percurso de aprendizagem em que os
alunos se encontravam, no período da crise pandémica, poderá contribuir para uma explicação
das diferenças registadas. Com efeito, os alunos que frequentaram o 3º ano de escolaridade em
2023 – e que apresentam melhorias nas diferentes literacias – não foram tão afetados pela crise
pandémica quando estavam a frequentar o final do pré-escolar e parte do 1º ano do ensino básico.
Pelo contrário, os alunos que frequentaram o 6º e 9º ano de escolaridade em 2023 – e que
denotam uma evolução ainda negativa face a 2021 – foram afetados pela pandemia no momento
em que frequentavam, respetivamente, o 3º e 4º anos do primeiro ciclo, e o 6º e 7º ano do segundo
e terceiro ciclo. Isto é, anos em que as dificuldades de aprendizagem causadas pelo contexto
pandémico podem ter assumido maior impacto.
Continua-se a verificar, nos níveis de proficiência de maior complexidade, que a percentagem de
alunos que realizam com sucesso apenas até um terço das tarefas é ainda muito elevada, em todas
as literacias e anos de escolaridade.
No âmbito das respostas dos alunos às questões de contexto, o Estudo Diagnóstico de 2023
permite concluir que o gosto dos alunos pela leitura tem tendência a diminuir ao longo do seu
percurso académico; que os sentimentos dos alunos em relação à escola são positivos; e que os
professores desenvolvem estratégias didáticas e de avaliação que denotam uma maior
preocupação com o trabalho prático e experimental.
Os resultados deste estudo ficam disponíveis para a reflexão e análise das escolas no âmbito da
implementação do novo Plano 23|24 Escola.
O relatório pode ser consultado
aqui.