1. Agência subiu hoje notação de risco de Portugal para "A3".
2. Há já três agências a avaliar Portugal em patamares ‘A’. Esta decisão permitirá colocar
a dívida pública portuguesa num número mais alargado de investidores
internacionais, possibilitando juros mais baixos para o Estado e para toda a economia.
3. Em reação, o Ministro das Finanças afirma: "O facto de esta decisão da Moody’s ter
sido tomada já após a marcação de eleições legislativas antecipadas, demonstra
que os fundamentais da economia são robustos e confirma que Portugal conquistou
um lugar entre o grupo de países com maior qualidade creditícia e maior
credibilidade internacional. Um lugar que é essencial preservar."
A agência de notação financeira Moody’s melhorou esta sexta-feira a notação de ‘rating’ que atribui
ao risco da dívida da República Portuguesa para "A3", com perspetiva estável, colocando o país no
patamar de notações "A", o seu melhor registo desde 2011.
Na justificação para a sua decisão, a agência destaca os efeitos positivos no médio prazo de "uma
série de reformas económicas e orçamentais, a desalavancagem do setor privado e o continuado
fortalecimento do setor bancário".
A agência considera que as perspetivas de médio-prazo para a economia portuguesa estão
suportadas por investimentos públicos e privados significativos, também no âmbito do Plano de
Recuperação e Resiliência, pela capacidade de atração do país que contraria a tendência de
envelhecimento populacional verificada nas economias avançadas, um aumento da participação
no mercado de trabalho e pela melhoria da produtividade.
O ministro das Finanças afirma:
"A subida de dois níveis no rating de Portugal para A3 anunciada pela Moody’s é uma
excelente notícia para o país.
Portugal fica agora com uma notação de risco em patamares "A" por três agências de
rating (Moody’s, Fitch e DBRS), o que abre a porta de um conjunto muito alargado de
investidores à dívida pública portuguesa.
Esta avaliação traduz-se assim em juros mais baixos para o Estado, as empresas e
as famílias, o que é sempre importante, mas é ainda mais importante num contexto
de uma política do BCE de taxas de juro altas.
O facto de esta decisão da Moody’s ter sido tomada já após a marcação de eleições
legislativas antecipadas, demonstra que os fundamentais da economia são robustos
e confirma que Portugal conquistou um lugar entre o grupo de países com maior
qualidade creditícia e maior credibilidade internacional. Um lugar que é essencial
preservar."
A decisão da agência Moody’s sucede a melhoria da perspetiva pela agência Standard & Poor’s
ocorrida em setembro, o que abriu caminho a uma subida de notação para o nível de notações "A"
também por esta agência. Isto já depois de as agências Fitch e DBRS terem subido o rating nacional
para o nível "A" em julho e setembro deste ano.
Ratings de níveis "A" traduzem-se no acesso do país a um maior número de investidores
internacionais que aplicam fundos em dívida de países com menor risco. Daí decorre um custo mais
baixo para o financiamento da República e, logo, menores custos para os contribuintes. Uma
redução dos custos da República tende também a reduzir os custos de financiamento do setor
privado, para benefício de famílias e empresas.
Na sequência de decisões positivas ao longo de 2023, Portugal é considerado um país que garante
a sustentabilidade das suas finanças públicas através de uma redução sustentada do défice
orçamental, da sua dívida pública e privada e por uma trajetória de crescimento económico
marcado. Este enquadramento explica uma maior resiliência e competitividade da economia e, por
isso, uma redução do risco de crédito do soberano. A Moody’s antecipa mesmo que a economia
portuguesa cresça a um ritmo médio de 2% nos próximos 5 anos.