«A escolha das humanidades não precisa de justificação, da mesma maneira que a escolha pela poesia, pela literatura e pela arte não precisa de justificação», afirmou o Ministro da Educação, João Costa, na cerimónia de entrega do Prémio José Saramago, em Lisboa. «Elas são e, por serem, fazem-nos melhores», acrescentou.
O Ministro disse que o papel das artes e das humanidades é hoje tão importante como no passado: «Vivemos tempos estranhos, tempos de polarizações, de radicalismos e de discursos fáceis», e a história mostrou que «quem tem medo da democracia e da liberdade, tem medo dos escritores, dos poetas, da palavra e da arte».
Por isto, os escritores, os artistas e os humanistas são «garante da liberdade e da democracia». «Os populistas são aqueles que encontram respostas simples para problemas complexos. A literatura traz-nos a complexidade para aquilo que, à primeira vista, até parece simples», disse.
João Costa disse aos estudantes que «têm de ser os embaixadores da leitura, os guardiões da democracia e os promotores do conhecimento livre e dos direitos humanos».
«As grandes conquistas da humanidade não se fizeram com cálculos financeiros», pelo que «precisamos dos humanistas e de quem estude humanidades para não deixarmos o mundo nas mãos de quem para tudo faz contas e de quem para tudo desumaniza», acrescentou.
O Ministro da Educação esteve presente na cerimónia de entrega do Prémio José Saramago ao escritor brasileiro Rafael Galo, pelo romance «Dor fantasma», que será publicado em Portugal. O prémio foi instituído em 1999 com uma periodicidade bienal, mas não foi entregue em 2021 devido à pandemia, tendo sido adiado para 2022.