Após três anos encerrado para uma profunda requalificação, o histórico liceu do Porto volta a abrir portas neste ano letivo
São cem anos de história: pelos corredores e salas de aula da Alexandre Herculano passaram nomes ilustres da cultura portuguesa como Adriano Correia de Oliveira, Álvaro Siza Vieira, António Pinho Vargas. Ou Mário Cláudio, Rui Reininho, Sobrinho Simões, Belmiro de Azevedo, José Pacheco Pereira, entre muitos outros.
Com os anos a pesar no edifício centenário, em 2019 a escola entrou em obras de requalificação e modernização, num investimento conjunto do Ministério da Educação e da Câmara Municipal do Porto, a que se somaram fundos europeus, num valor total de 14 milhões de euros.
Integrada no conjunto de escolas de referência para a educação bilingue de alunos surdos, no Ensino Secundário, a Alexandre Herculano abre agora as portas a 414 alunos, do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. A escola integra o agrupamento Alexandre Herculano, que terá cerca de 1500 alunos no ano letivo que agora se inicia.
O regresso às aulas no histórico liceu portuense é assinalado na manhã desta quarta-feira, 13 de setembro, pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo ministro da Educação, João Costa, e pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.
A ESAH é uma das mais de 200 escolas requalificadas no âmbito do PT2020, em conjunto com as autarquias. Com o mesmo objetivo, há pouco mais de um mês o Governo assinou com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) um acordo para o financiamento, pelo Estado, da reabilitação de 451 escolas transferidas para os municípios no processo de descentralização de competências. Um investimento de quase dois mil milhões de euros, dos quais 450 milhões do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), 100 milhões do Portugal 2030 e verbas ainda disponíveis do Portugal 2020.
Há 100 anos a ensinar
A primeira pedra da Alexandre Herculano foi lançada em 1916 pelo então presidente da República Bernardino Machado. O liceu, situado na freguesia do Bonfim, viria a abrir no ano letivo de 1921/22, ainda que o projeto - da autoria do arquiteto Marques da Silva - só tenha ficado concluído em 1934. Dotada de amplos espaços arborizados no exterior e campos para a prática desportiva, o então liceu estava equipado com uma biblioteca, laboratórios, um Museu de História Natural e outro de Física, além de dois ex-libris do recinto escolar: uma sala de cinema e uma piscina.
A ESAH está classificada como monumento de interesse público desde 2011, segundo a portaria de classificação devido ao "valor arquitetónico e urbanístico do edifício, associado à genialidade do arquiteto Marques da Silva, bem como no valor histórico, social e científico, pelo lugar de destaque que ocupa na história do ensino liceal."