O Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, disse que fatura sem papel está «numa fase de massificação» e o Secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, referiu que esta transição será feita «com algum gradualismo».
Os dois secretários de Estado participaram na iniciativa pública sobre a fatura sem papel, que decorreu na Livraria Barata, em Lisboa, e onde esteve também o presidente da AMA - Agência para a Modernização Administrativa, João Dias.
Em declarações à agência de notícias Lusa, Mário Campolargo disse que a importância da fatura sem papel «é quase evidente», até porque «vulgarmente» a fatura «é quase uma demonstração da burocracia», em que é preciso guardá-la para reclamar ou trocar algo comprado junto do comerciante.
«A fatura instituiu-se como algo em papel, mas hoje em dia trazemos as pessoas para o mundo digital», para que as faturas acumuladas em casa, na carteira ou numa gaveta possam agora «estar ao alcance do nosso telemóvel» em qualquer momento e sempre que é necessário, prosseguiu o Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa.
Tal «introduz uma simplificação muito grande para o cidadão, mas também para os comerciantes», que deixam de ter de guardar «um conjunto muito alargado de faturas» e imprimir, reduzindo os gastos com a impressão e com os consumíveis, referiu Mário Campolargo.
Para a fatura sem papel, o consumidor terá de ir ao portal eportugal.gov.pt, associar-se à fatura sem papel e pedir que as faturas sejam encaminhadas diretamente para o 'email’, não precisando assim de «dar uma informação que é absolutamente confidencial».
Mário Campolargo disse ainda que existem «vários mecanismos inerentes à fatura sem papel que permitem até ao próprio cidadão integrar um PIN para ser ele a poder ler essa informação»:
«O Estado desenvolve aqui uma solução com a participação de entidades privadas e que vão dar uma dimensão de digital a todo o ecossistema que produz faturas em Portugal» e a partir do momento em que é dado o email, «o processo é totalmente transparente e automático e isso é particularmente importante porque garante precisamente esta proteção de dados e garante também que o fornecedor do serviço ou do produto não tem acesso» ao endereço eletrónico, acrescentou.
O Secretário de Estado concluiu, dizendo que o sistema está disponível «neste momento e estamos agora numa fase de massificação», que passa por «uma adesão maior dos consumidores, passa também pela adesão daqueles que vendem que serviços» e também pelas empresas de faturação que implementem este sistema de uma forma automática «para que não haja custos para ninguém neste processo».
Portugal «tem sido um exemplo ao nível da transição digital»
O Secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, por sua vez, disse que o que «estamos hoje aqui a apresentar é uma plataforma da Agência da Modernização Administrativa [AMA] que, no fundo, vai facilitar o cumprimento por parte das empresas dos requisitos para disponibilizarem a fatura sem papel aos seus clientes».
Nuno Félix disse ainda que Portugal «tem sido um exemplo ao nível da transição digital em muitas áreas»:
A utilização da fatura sem papel também tem impacto ambiental, nomeadamente quando se fala de objetivos de desenvolvimento sustentável, a necessidade de combate às alterações climáticas, acrescentou o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, acrescentando que «há uma mobilização muito forte do Estado, das empresas» e agora as famílias são também convidadas «a participarem nesta transição».