«A gestão integrada de transformação da floresta é estratégica para Portugal», sendo «uma reforma silenciosa que temos vindo a fazer, um trabalho contínuo e exigente», disse o Primeiro-Ministro António Costa após a visita a ações de prevenção de incêndios florestas em Mação que, afirmou, «é um exemplo excelente».
António Costa disse ainda que «um dos projetos mais inovadores no âmbito do PRR é a criação das áreas integradas de gestão da paisagem», mas «este desafio não termina em 2026, com o fim das verbas do PRR. É um desafio para décadas» no qual o «Governo, autarcas, proprietários, produtores, populações, todos em equipa, temos de continuar a trabalhar para o objetivo de transformar a floresta».
«Quando dizemos que o desafio é para décadas, vamos deixar para amanhã? Não, temos de acelerar hoje, porque quanto mais fizermos hoje, mais depressa completamos aquilo que só se obtém ao final», disse, acrescentando que se a transformação estrutural da floresta só começar na década de 2030, «só lá para 2060» estará completa.
Mas «se começarmos agora, vamos ter resultados já em 2030, e vamos ter mais resultados em 2040. Portanto, não podemos perder tempo». E se «é muito importante ter os meios para combater os incêndios, é muitíssimo mais importante prevenir o risco de incêndio» e «a melhor maneira de o fazer é transformar a paisagem, esta floresta, o território».
O Primeiro-Ministro referiu igualmente que «vivemos um momento de enorme risco. Todos os anos o risco de incêndio aumenta com as alterações climáticas. Portanto, tudo o que se fizer é pouco. Temos de continuar a apostar na prevenção e evitar que a primeira chama se acenda». «Para que não haja incêndios em Mação, há este trabalho todo de formiguinha que é preciso fazer».
Depois de ter visitado as faixas de gestão de combustível no concelho de Mação, acompanhado pelos Ministros da Administração Interna, José Luís Carneiro, e do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, António Costa elogiou a intervenção da autarquia, salientando que a criação destas faixas permite «criar zonas de descontinuidade e onde, em caso de incêndio, aqueles que o combatem podem operar».
A Câmara Municipal de Mação participa também no programa das
Áreas Integradas de Gestão da Paisagem, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, que visa a gestão comum dos espaços agroflorestais.
Atualmente, cerca de 75% dos proprietários de Mação não residem no concelho, e têm as propriedades ao abandono, pois o rendimento gerado pelas propriedades não paga esforço de limpeza.
A gestão coletiva destas propriedades, através do programa de áreas integradas de gestão de paisagem, passa a gerar rendimento para os proprietários, para o concelho e para o País.