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2024-03-19 às 17h36

Papel de Portugal na defesa dos oceanos em destaque em Nova Iorque

António Costa e António Guterres na sede da ONU (Foto: Eskinder Debebe/ONU)

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, destacou esta segunda-feira (18 de março) o papel de Portugal na proteção dos oceanos e agradeceu ao primeiro-ministro, António Costa, a "liderança" nessa matéria.

Falando na cerimónia de doação de uma tapeçaria portuguesa para a exposição permanente da ONU, em Nova Iorque, Guterres citou Vergílio Ferreira e enalteceu a relação de Portugal com o mar e a sua preservação.

"O escritor português Vergílio Ferreira disse uma vez: 'Da minha língua vê-se o mar'. Portugal há muito que defende a cooperação global na proteção dos oceanos, inclusive como anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos de 2022, em Lisboa", referiu o líder da ONU e ex-primeiro-ministro português.

"Agradeço ao primeiro-ministro, António Costa, pela sua liderança nesta matéria. Em tempos de grandes desafios, as Nações Unidas ficam felizes em contar com o vosso forte apoio ao multilateralismo e à solidariedade internacional", acrescentou António Guterres.

Portugal doou a tapeçaria Coral Vivo, da artista têxtil Vanessa Barragão, às Nações Unidas, para exposição permanente no edifício-sede, em Nova Iorque. Sobre esta obra, António Guterres sublinhou as técnicas artesanais tradicionais e os materiais reciclados usados na tapeçaria, remetendo para as formas vibrantes e orgânicas do oceano.

"Tal como os fios delicados, mas resistentes desta tapeçaria, toda a vida neste planeta está entrelaçada numa rede intrincada e codependente. Os recifes de coral estão entre os habitats mais deslumbrantes, com maior biodiversidade e mais vitais do nosso planeta", assinalou no seu discurso, perante dezenas de pessoas.

"E, no entanto, estas maravilhas naturais enfrentam ameaças terríveis. As alterações climáticas e as temperaturas recordes dos oceanos estão a causar o branqueamento catastrófico e a mortalidade dos corais", lamentou.


 "Não poderia haver circunstância mais orgulhosa do que celebrar estes 50 anos com um português à frente da ONU"

Como referido pelo Governo português, esta doação visa  valorizar a participação ativa de Portugal nas Nações Unidas. Na cerimónia, António Costa focou o seu discurso precisamente nos múltiplos significados da tapeçaria oferecida à ONU, entre eles o 25 de abril de 1974, "a data de fundação do Portugal moderno",  que garantiu uma mudança na visão de Portugal nas Nações Unidas.

"Uma das mudanças mais importantes trazidas pela Revolução é a forma como estamos nesta casa: há 50 anos, Portugal estava quase isolado nas Nações Unidas, lutando contra a maré da História. Recordemos que entre 1961 e 1974, o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral aprovaram 57 resoluções contra o colonialismo português", lembrou. 

"Hoje, somos um país pacífico e aberto, defensor empenhado do multilateralismo. Há 50 anos, o sistema das Nações Unidas está no centro da nossa política externa", acrescentou António Costa, destacando que "não poderia haver circunstância mais orgulhosa do que celebrar estes 50 anos com um português à frente da ONU".

"Este presente é também uma homenagem que Portugal presta às Nações Unidas e ao seu secretário-geral", sublinhou António Costa.