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2022-10-13 às 19h13

Revisão da lei de saúde mental alinha com as melhores práticas de defesa dos direitos humanos dos doentes

Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no debate da proposta de lei sobre saúde mental na Assembleia da República, Lisboa, 13 outubro 2022 (Foto: Jorge Ferreira)
O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que «a revisão da lei de saúde mental insere-se no processo de reforma da saúde mental que está em curso e que o Governo, utilizando como acelerador os recursos do Plano de Recuperação e Resiliência, pretende concluir até 2026», no debate sobre esta proposta de Lei, na Assembleia da República.

Na sua intervenção, o Ministro acrescentou que a revisão da lei pretende «manter o País alinhado com as melhores práticas de defesa dos direitos humanos das pessoas que sofrem de doença mental, usando o melhor conhecimento científico disponível».

Manuel Pizarro disse também que a reforma da área da saúde mental prevê que 88 milhões de euros sejam investidos na qualificação e reforço das diferentes respostas disponíveis no País.

Cuidados

Neste sentido, nos cuidados hospitalares serão construídas quatro novas unidades de internamento em hospitais gerais e serão eliminados os internamentos de doentes agudos em hospitais psiquiátricos.

Nos cuidados continuados, serão criados até 1500 lugares, estando prevista a criação de 15 centros de responsabilidade integrada e a requalificação de instalações de 20 entidades dos serviços locais de saúde mental.

«Serão criadas 40 novas equipas de saúde comunitária e mais respostas residenciais na comunidade», com o objetivo de desinstitucionalizar este tipo de cuidados, afirmou.

Revisão

Manuel Pizarro salientou que, após cerca de 20 anos da atual legislação, é necessário proceder à sua atualização, tendo em conta os desenvolvimentos científicos, jurídicos e de direitos humanos registados ao longo deste período.

O diploma está alicerçado em «contributos muito relevantes», como a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, o Plano de Saúde Mental aprovado pela Organização Mundial da Saúde, as linhas de ação estratégica para a Saúde Mental e Bem-estar da União Europeia e as recomendações mais recentes do Comité de Bioética do Conselho da Europa.

«A proposta de lei acentua a nossa visão humanista, enquanto vertente indispensável de cuidados de saúde de excelência, conferindo centralidade aos conceitos de autonomia, dignidade, participação, oportunidade e recuperação», disse também.