- Publicação de resultados nacionais passa a ser anualmente em novembro.
- Prova de Português do 8.º ano revela aprendizagens consideravelmente menos consolidadas do que em anos anteriores, sobretudo no domínio de leitura.
- Prova de Matemática e Ciências Naturais do 5.º ano indica decréscimo sistemático de qualidade de aprendizagens.
- Divulgação dos relatórios de escola, de turma e de aluno tinha ocorrido no começo de setembro, possibilitando aos estabelecimentos de ensino identificação de áreas a melhorar e ajustamento de estratégias pedagógicas antes do início do ano letivo.
- Provas de Aferição são, a partir deste ano letivo, substituídas por Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), permitindo comparabilidade e monitorização da evolução dos resultados ao longo do tempo.
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) disponibilizou hoje os Resultados Nacionais das Provas de Aferição do Ensino Básico de 2024 do 2.º, 5.º e 8º. anos.
Dos resultados das Provas de Aferição de 2024, e tendo em conta a dificuldade de realizar comparações devido à tipologia destas provas e à sua aplicação, destacam-se as seguintes tendências:
- Os resultados da prova de Português do 8.º ano revelam aprendizagens consideravelmente menos consolidadas do que em anos anteriores, nomeadamente no domínio da leitura e, em geral, nas competências recetivas (compreensão);
- Os resultados da prova de Matemática e Ciências Naturais do 5.º ano têm vindo a evidenciar um sistemático decréscimo de qualidade das aprendizagens, independentemente do ano e do instrumento de avaliação utilizado;
- Embora nunca tenha sido possível identificar desempenhos muito sólidos nos resultados desta prova ao longo do seu calendário de aplicação, são preocupantes os baixos resultados referentes aos domínios das Ciências Naturais do 5.º ano.
A publicação deste relatório nacional fecha o ciclo das Provas de Aferição. A partir deste ano letivo, realizam-se Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) no 4.º e 6.º anos (anos terminais de ciclo) a Português, a Matemática e a uma disciplina rotativa a cada três anos, cumprindo-se um dos objetivos plasmados no Programa do Governo.
O novo modelo de avaliação externa dos alunos do Ensino Básico vai permitir a comparabilidade dos resultados entre anos letivos e entre anos de escolaridade, assumindo-se como um instrumento ao serviço das escolas e dos professores, robustecendo o diagnóstico das aprendizagens a melhorar. Assim, será possível verificar as tendências de evolução dos resultados dos alunos, implementando-se em Portugal um modelo de monitorização que acompanha as melhores práticas internacionais.
Para que essa melhoria possa acontecer, é essencial que os relatórios de escola, de turma e de aluno sejam divulgados antecipadamente, antes do início do ano letivo, já que contêm informação detalhada e com valor formativo para os estabelecimentos de ensino refletirem sobre as estratégias pedagógicas e didáticas a adotar, com o fim de promoverem a melhoria das aprendizagens e o sucesso educativo dos alunos. Foi o que já aconteceu neste ano letivo, com estes relatórios a serem disponibilizados atempadamente.
No mesmo sentido, para que a avaliação externa contribua para diagnósticos a nível sistémico, importa assegurar que a publicação do relatório nacional é efetuada o mais cedo possível. A partir deste ano letivo, será anualmente no início de novembro, oferecendo previsibilidade à publicação e análise dos dados sobre os desempenhos dos alunos. Também a partir deste ano letivo, para além do relatório nacional, haverá relatórios a nível de concelho, de modo a informar a nível local sobre ponto de situação das aprendizagens.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação considera que o novo modelo de avaliação permitirá melhorar consideravelmente a monitorização das aprendizagens e às escolas aprimorar as suas estratégias de melhoria do sucesso escolar dos alunos.