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Notícias

2024-09-04 às 12h26

709 novas camas para estudantes do ensino superior já este ano

Assinatura dos acordos Alojamento Estudantil Já e de Cheque-Psicólogo e Cheque-Nutricionista
Primeiro-Ministro e Ministros na assinatura de protocolos para alojamento e consultas de psicologia e nutrição para o ensino superior, Lisboa, 4 setembro 2024 (foto: Rodrigo Antunes/Lusa)
«É repugnante, do ponto de vista cívico, que um aluno possa batalhar doze anos em busca de um determinado resultado» de ingresso no ensino superior «e não o conseguir concretizar» por não encontrar onde «se alojar junto da instituição que lhe oferece a formação que procurou, para a qual lutou», afirmou o Primeiro-Ministro Luís Montenegro.

Luís Montenegro acrescentou que «isto é frustrar o esforço das pessoas, é coartar a sua capacidade de desenvolver o seu talento. É injusto e não podemos permitir que isto aconteça», disse ainda, na cerimónia de assinatura de acordos de Alojamento Estudantil Já e de Cheque-Psicólogo e Cheque-Nutricionista, em Lisboa.

Em Portugal, nos últimos anos, «agravou-se a situação de muitos jovens deixarem de estudar o que querem por não terem condições económicas para enfrentarem um aumento exponencial do custo do alojamento».

709 alojamentos

E enquanto o Governo trabalha para recuperar os atrasos do plano que visa duplicar a capacidade de alojamento estudantil em residências, encontrou «soluções mais imediatas», aproveitando a capacidade instalada e disponível em organismos públicos que «permitirá mais 709 alojamentos este ano, que correspondem a 900 mil euros, e no próximo ano a mais de dois milhões de euros. É o que está à nossa disposição para diminuir o impacto do atraso na construção de novas residências universitárias», disse.

Os acordos Alojamento Estudantil Já vão criar os 709 alojamentos em 22 Pousadas da Juventude e em quatro unidades do INATEL, envolvendo 25 instituições de ensino superior.

O Governo também disponibilizou às instituições do ensino superior «uma linha de crédito de 5,5 milhões de euros» para encontrarem mais camas através de protocolos «com entidades, públicas, privadas ou sociais». Por exemplo, «a Universidade do Porto já o fez para disponibilizar mais 100 alojamentos».

Saúde mental e nutrição

Luís Montenegro referiu-se também aos protocolos com as Ordens dos Psicólogos e dos Nutricionistas, que «têm como objetivo contribuir para a saúde física e mental dos jovens portugueses», representando o «acréscimo de oferta de 100 mil consultas de psicologia e 50 mil de nutricionismo nas instituições de ensino superior, para que os jovens tenham mais bem-estar, mais qualidade de vida».

O aumento do bem-estar pode «contrariar uma tendência preocupante que é a do abandono». «11% dos alunos que ingressam no ensino superior abandonam-no ao final do primeiro ano». «Haverá múltiplas razões para isso», mas «o acompanhamento psicológico e de nutrição são contributos que damos para que estejam mais firmes no propósito que os tinha levado ao ensino superior», disse.

Estes protocolos para 100 mil consultas de psicologia e 50 mil de nutrição correspondem, em 2024, a um esforço financeiro de 2,250 milhões de euros, que subirá para 5,625 milhões de euros em 2025.

O Primeiro-Ministro lembrou ainda outras decisões tomadas pelo Governo para apoiar os estudantes e os professores do ensino superior:
  • reforço da oferta de bolsas para estudantes e professores, 
  • novas regras na atribuição de bolsas, 
  • maior flexibilidade na atribuição de bolsas a trabalhadores-estudantes.
Reter e aplicar o talento

Luís Montenegro afirmou ainda que «talvez o maior desafio que o País enfrenta – e são muitos – seja adquirir, desenvolver, reter e aplicar o talento que tem». 

«É muito frustrante para um país de 10 milhões de pessoas, com as condições geográficas que nos abre a nossa riqueza natural, o nosso histórico de quase nove séculos, olhar para tanto potencial e capacidade e concluir que estamos a esbanjar uma grande parte dele», disse, acrescentando que «talvez o maior volume de exportação que temos hoje seja a de capital humano».

Contrariar esta tendência e aproveitar este potencial «é um desígnio que esta geração, a nossa geração, não pode falhar. Se falharmos neste propósito, o que vamos deixar à próxima geração é um país mais pobre», referiu.

Iguais oportunidades

Os protocolos assinados «são apenas uma expressão do muito que o País tem de fazer para cumprir este objetivo» e são «em áreas muito importantes para conjugar a essência da democracia» que «é a capacidade de todos os cidadãos terem as mesmas oportunidades, independentemente da sua condição económica ou de onde nasceram ou cresceram», disse igualmente.

Na sessão estiveram presentes os Ministros da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

Os acordos foram assinados, além dos membros do Governo respetivos, pelos presidentes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, da Associação do Ensino Superior Privado, das Ordens dos Psicólogos e dos Nutricionistas, da Movijovem (Pousadas da Juventude) e do INATEL.