Ministra da saúde sublinhou que as vacinas são uma das inovações mais poderosas da história da medicina
«É preciso reforçar a confiança das pessoas nas vacinas e reforçar o seu acesso equitativo: são estes os objetivos partilhados por Portugal e pela Comissão Europeia»,
afirmou a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no encerramento da Conferência ‘Desafios da Vacinação e Saúde Global: Presente e Futuro’, organizada pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em Lisboa.
Referindo «o surgimento de casos de sarampo em Portugal, que são um alerta» de que «há trabalho por fazer e é um erro ficarmos sossegados com as elevadas taxas de cobertura do Plano Nacional de Vacinação», afirmou que «um dos desafios atuais é a presença de comportamentos de hesitação na vacinação, amplificados pela vasta desinformação associada».
A Ministra afirmou que «as vacinas são um importante instrumento de saúde pública e uma das inovações mais reconhecidas e poderosas da história da medicina. Para um melhor entendimento do panorama atual, a Direção-Geral da Saúde irá apresentar o Relatório Anual da Vacinação – 2024 durante os próximos dias, na expetativa de mobilizar todos os parceiros quanto aos dados que serão apresentados».
Simplificar processos
Ana Paula Martins disse que o Governo não pretende que «tudo fique na mesma», mas sim «reforçar e apoiar o que está bem (e é muito felizmente) e rapidamente intervir em áreas fundamentais da governação do Estado», apontando a burocracia, o «atraso na decisão» e a «falta de clareza no propósito».
«Uma das nossas prioridades é a simplificação dos processos, que assumem impactos tantas vezes desnecessários e tantas vezes decisivos na vida das pessoas e das empresas. A valorização através da modernização do Infarmed, é neste contexto prioritária e fundamental», disse, acrescentando a intenção de assinar «um contrato programa onde seja claro para todos que teremos os melhores recursos, mas também os melhores resultados», e ainda «ambição, quando nos comparamos com as outras agências irmãs».
Para estes objetivos de simplificação de processos «as nossas lideranças no Ministério da Saúde são fundamentais e esperamos tudo delas. Queremos que decidam, que assumam os riscos que a sua qualidade e condição de Gestores Públicos exige», que tenham «maior autonomia» e «responsabilidade absoluta nos resultados».
Ana Paula Martins disse também que «se hoje estamos focados no Plano de Emergência para a Saúde, não é menos verdade que através dele já iniciamos a construção de um quadro plurianual de investimento e reforço do SNS. É uma tarefa complexa, mas acrescenta previsibilidade (naturalmente na incerteza do mundo em que vivemos) para todos».
Ensaios clínicos
A Ministra referiu-se igualmente aos ensaios para investigação clínica, afirmando que «tem sido uma aposta de todos os Governos, sempre assumida como uma prioridade na agenda da saúde e avanços importantes têm sido feitos».
Contudo, acrescentou, «precisamos de estabelecer um quadro de objetivos, também plurianual, para a legislatura, com a ambição de retirar Portugal da cauda Europa na investigação clínica para nos aproximarmos da nossa vizinha Espanha que tem o melhor rácio de ensaios clínicos na Europa».