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2024-05-09 às 11h01

Portugal tem de querer estar no pelotão da frente da União Europeia

Primeiro-Ministro Luís Montenegro e Ministro Paulo Rangel com presidente do IPRI da Universidade Nova, Severiano Teixeira, à chegada para a conferência «Europa, que futuro?», da RTP, Lisboa, 9 maio 2024 (foto: António Pedro Santos/Lusa)
Luís Montenegro sublinha que «não aproveitámos suficientemente» os fundos da UE desde 2000


Portugal tem de ter a «mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente» da União Europeia e de abandonar a mentalidade de ser um país «sempre à espera de uma ajuda», afirmou o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, recusando que se eternize «uma situação de dependência» de Portugal.

Luís Montenegro, que discursava na Conferência «Europa, que futuro?», integrada no ciclo «Conferências da RTP - Sociedade Civil», disse que «temos mesmo de fixar como objetivo nacional deixarmos de ser um país da coesão, temos de ter como ambição para Portugal sermos um contribuinte líquido da União Europeia e estarmos solidários com aqueles que chegam de novo» à UE.

Para isto, «precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição. Temos de fazer esta autocrítica: não aproveitámos suficientemente [os fundos europeus], devíamos ter hoje melhores resultados face aos apoios que tivemos nos últimos anos» e devemos olhar para a execução dos fundos comunitários do PRR e do PT2030 com este «espírito de autocrítica».

O Primeiro-Ministro acrescentou que temos de ter «um país que invista de forma estratégica e não a pensar no efeito imediato, como por vezes acontece, em que temos de gastar o dinheiro» para não o perder: «esta não é a mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente».

Crescimentos

Luís Montenegro recordou que quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia (em 1986), a sua riqueza por habitante (PIB per capita) era de 58% da média europeia e hoje é de 75%, salientando que o maior enriquecimento do País ocorreu até ao ano 2000, quando chegou aos 71%.

Isto «quer dizer que o ritmo de aproximação nos primeiros 15 anos foi brutal e o ritmo dos 20/25 seguintes foi praticamente de estagnação», referiu, acrescentando que o país «não pode eternizar esta trajetória» devendo ambicionar «estar na linha da frente».