O Primeiro-Ministro Luís Montenegro convidou «as empresas brasileiras a olharem para a oportunidade de investimento nas infraestruturas em Portugal», no Fórum Empresarial Brasil-Portugal, em São Paulo, que encerrou a sua visita ao Brasil.
Luís Montenegro disse que Portugal é «um País de oportunidades», cujo Governo tem uma «vontade férrea» de investir e tem em curso «um dos maiores programas de investimento público de que há memória», com os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Como exemplos de investimentos apontou a construção do novo aeroporto de Lisboa, a construção da linha de alta velocidade ferroviária para o transporte de passageiros e de mercadorias, «a valorização dos nossos portos» e a construção de «59 mil novas habitações, num investimento que é superior a 4 mil milhões de euros».
Este é «um investimento que não tem paralelo nos últimos 50 anos de vida do País», «para o qual precisamos, efetivamente, de mais capacidade empresarial, de mais capacidade de mão de obra», até porque «temos um calendário que não podemos ultrapassar», disse, referindo-se ao PRR.
Luís Montenegro afirmou ainda que os resultados económicos de Portugal (crescimento de 1,9% em 2024) só são possíveis graças ao «esforço de muitos estrangeiros, à cabeça dos quais estão os brasileiros a trabalhar em Portugal, e também de muito investimento empresarial brasileiro». Os brasileiros representam mais de metade dos imigrantes em Portugal.
Acordo comercial
O Primeiro-Ministro voltou a afirmar o seu apoio e a necessidade de concretizar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, referindo que deve haver, no comércio externo, «regras mais expeditas, maior facilidade, menos burocracia, menos complexidade, uma boa reciprocidade, nomeadamente nas taxas alfandegárias».
O acordo UE/Mercosul implica «regras de comércio livre, mas justo, regras de reciprocidade». «Não podemos ter, no comércio internacional, uma concorrência desleal entre aqueles que têm custos de produção onerados com as exigências sanitárias e ambientais e aqueles que não têm esse ónus e que, portanto, têm uma vantagem comercial maior», sublinhou.
O acordo permite que os dois blocos económicos estejam «menos dependentes de outros blocos comerciais que muitas vezes criam, na base dessa dependência, constrangimento ao nosso crescimento».
O Fórum Empresarial Brasil-Portugal foi uma iniciativa da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, da FIESP e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
O Primeiro-Ministro deslocou-se ao Brasil para a 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, na qual estiveram também presentes 11 dos 17 Ministros do Governo português.