Reorganização dos serviços de obstetrícia, ginecologia e pediatria

A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, presidiu à apresentação do projeto-piloto de reorganização dos serviços de obstetrícia, ginecologia e pediatria na região de Lisboa e Vale do Tejo, península de Setúbal e no eixo Santarém-Leiria-Caldas da Rainha. 

Ana Paula Martins afirmou que o trabalho da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, Criança e Adolescentes «é exclusivamente técnico e foi realizado por especialistas, peritos nestas três áreas da saúde e à quais o Governo dá maior importância».

«Nunca escondi que a resposta que damos à nossas grávidas e crianças não tem sido a melhor. Queremos evitar o encerramento de serviços ou a sua rotatividade que tanta ansiedade trazem às nossas utentes e aos pais das crianças», acrescentou.

O projeto, que foi apresentado pelo Professor Alberto Caldas Afonso, recomenda que a grávida que ligue para a Linha SNS 24 e seja triada com a pulseira verde (pouco urgente) seja encaminhada para uma consulta aberta hospitalar em 24 horas.

Já a grávida que for triada com pulseira azul (não urgente) será enviada para uma consulta aberta nos cuidados de saúde primários no dia útil seguinte ou para uma consulta normal.

No caso de a grávida se dirigir pelo próprio pé à urgência será aconselhada a ligar para a linha SNS 24. Caso não queira ligar, será observada por um enfermeiro especialista em enfermagem de saúde materna e obstétrica. 

No caso de a grávida ter uma carta do médico ou de um enfermeiro especialista, tiver sido reencaminhada por uma emergência pré-hospitalar ou se correr risco de vida é reencaminhado diretamente para a urgência de obstetrícia e ginecologia.

Os enfermeiros da linha SNS 24 fazem uma formação obrigatória para a triagem e para o cumprimento dos passos previstos nesta reorganização.

A reorganização das urgências de obstetrícia/ginecologia e pediatria, inclui a criação de uma Linha SNS Criança para desviar das urgências pediátricas os casos não urgentes, enviando-os para consultas agendadas nos centros de saúde,

Verificando-se que cerca de metade das idas a serviços de urgência de pediatria são situações classificadas como sem gravidade ou de muito baixa gravidade, devem ser encaminhadas «para um local que deve estar vocacionado para os ver. 

Numa primeira fase, são os cuidados de saúde primários», referiu Caldas Afonso.

Quando são situações sem gravidade (pulseira azul), a Linha SNS Criança vai marcar uma consulta no prazo de 48 horas.

As situações de alguma gravidade (pulseira verde) são «encaminhadas para a consulta aberta dentro das slots dos centros de saúde, portanto são logo marcadas», isto é, para a chamada consulta aberta nos centros de saúde, para que a criança possa ser vista em 24 horas. 

O Porto e Lisboa irão ter centros de atendimento clínicos (CAC) pediátricos para receber crianças triadas pelos hospitais da região como não urgentes. O CAC pediátrico do Porto vai funcionar no Hospital da Prelada, onde já funciona o CAC de adultos, e receberá crianças reencaminhadas pelo centro hospitalar do Porto e pelos hospitais de Matosinhos e de Gaia.

Em Lisboa, o CAC irá funcionar no Hospital da Cruz Vermelha e irá receber as crianças enviadas pelos hospitais Santa Maria, Dona Estefânia e São Francisco Xavier.